José Carlos Barbosa, deputado à Assembleia da República pelo Partido Socialista, fez uma intervenção defendendo a necessidade de priorizar a Linha do Vale do Sousa e questionando o Governo sobre se a região pode “continuar a acreditar que a Linha será construída”.
O eleito, natural de Paredes, lembrou que esta linha, que tem sido defendida nos últimos anos por cinco autarcas e para as quais já foram feitos estudos, passaria por cinco concelhos – Valongo, Paredes, Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras – onde é “produzido melhor mobiliário do mundo”, que têm uma “indústria têxtil muito forte, que produz para as melhores marcas do mercado nacional e internacional” e onde é também “produzido calçado de elevada qualidade, que compete directamente com o calçado italiano”.
Estas indústrias, alegou o socialista, precisam de mão-de-obra para conseguir produzir e isso passa por “mais e melhor mobilidade”, alegou.
“A região de Vale do Sousa apesar de ser muito pujante ao nível industrial continua a ser das mais pobres do país, cabendo a todos a nós a responsabilidade de mudar isso”, defendeu José Carlos Barbosa.
O deputado não deixou ainda de lembrar que está em causa a região com a população mais jovem de Portugal, onde vivem cerca de 500 mil pessoas, existem 30 mil empresas e se facturam 6,5 mil milhões de euros.
A aposta na rodovia, nas últimas décadas, causou problemas e a “única forma” de os resolver será “será via transporte colectivo, rápido, sustentável e de grande capacidade”, ou seja, com o comboio, defendeu, traçando um cenário comparativo: na Área Metropolitana de Lisboa, mais de 50% da população residente tem uma estação ferroviária à distância de 20 minutos a pé enquanto “no Tâmega e Sousa essa percentagem é inferior 5%”.
“A inserção da região do Vale do Sousa na rede ferroviária nacional terá um elevado potencial económico, social e ambiental para todo o país. Permitirá, também, dar oportunidade aos nossos jovens de usar o comboio para se deslocarem de forma rápida para melhores universidades do país, criando um movimento pendular entre universidades empresas que as tornarão mais inovadoras”, argumentou, pedindo a rápida construção desta linha.