Uma plataforma mecânica preparada para combater incêndios “no prédio mais alto do Vale do Sousa” chega ao quartel dos Bombeiros Voluntários de Paredes durante o próximo mês de Abril. Apesar das várias promessas feitas por diferentes membros do Governo, o equipamento foi adquirido sem recurso a fundos da administração central ou comunitários. Os 150 mil euros investidos na compra da autoescada serão pagos, de imediato, pela corporação de Paredes que, ao longo de 2016 e 2017, será reembolsada desta quantia pela Câmara Municipal de Paredes.

Ao VERDADEIRO OLHAR, o presidente da associação humanitária paredense, Mário Sousa, refere que se sente enganado pelas palavras dos governantes e acrescenta que preferiu avançar com este investimento em vez de ficar à espera que o Governo cumprisse os acordos que firmou com a instituição.

 

Presidente da Associação Humanitária de Paredes sente-se enganado pelos sucessivos governos

A aquisição de uma autoescada, ou uma plataforma mecânica, é um desejo com mais de dez anos da corporação de Paredes. Desejo esse que foi sucessivamente amparado pelas diferentes entidades ligadas à protecção civil. Ainda em Dezembro de 2010, a então governadora civil do Porto, Isabel Santos, anunciou, durante o jantar de Natal da associação humanitária, a compra do equipamento. “Durante o ano de 2011 a autoescada deverá ser possível. Neste momento, está tudo preparado para que tal aconteça”, afirmou. Mas não aconteceu, dando a oportunidade para que, em Junho de 2014, o ex-secretário de Estado João Almeida pudesse abordar novamente o assunto. “Eu não prometo a autoescada. O que digo é que vai haver candidaturas e verbas para esta área e que a primeira a ser financiada é a de Paredes. Esta decisão resulta de uma análise cuidada e profunda. Esta prioridade está estabilizada e podemos avançar logo que abram as candidaturas”, afirmou. Quatro meses mais tarde, Fernando Alexandre, também ele secretário de Estado, foi ainda mais assertivo. “Não é preciso fazer promessa porque estamos já no processo de aquisição. Podemos dizer que estamos a resolver mais um problema, que é a aquisição dessa viatura”, assumiu.

Mas, mais uma vez, nenhuma verba chegou a Paredes, o que levou os dirigentes da corporação a perder a paciência. “Sinto-me totalmente enganado pelo Governo. Os fundos prometidos nunca chegaram e isso levou-nos a avançar para a compra da plataforma mecânica”, revela o presidente Mário Sousa.

 

Chega a Paredes no mês de abril

 

A plataforma mecânica dos Bombeiros Voluntários de Paredes vem de Inglaterra, onde estava a ser utilizada. Mas Mário Sousa realça o facto deste equipamento estar “em muito bom estado” e ter “todas as garantias”. “Tem capacidade para combater incêndios no prédio mais alto do Vale do Sousa”, acrescenta.

A plataforma mecânica já está em Portugal e, após ser alvo de adaptações às necessidades dos bombeiros portugueses, deverá chegar a Paredes durante o mês de Abril. “Ficará ao serviço da população e de quem precisar”, sustenta Mário Sousa.

Ao VERDADEIRO OLHAR, o vereador da autarquia paredense, Manuel Fernando Rocha, revela que o equipamento custará cerca de 150 mil euros. Quantia que será paga, de imediato pelos Bombeiros, mas que será liquidada pela Câmara Municipal no prazo de dois anos. “A Câmara compromete-se a pagar 25 mil euros no acto da assinatura do protocolo, que deverá acontecer no final desta semana ou na próxima. E mais 25 mil euros serão pagos em Setembro”, explica Manuel Fernando Rocha.

O responsável pelo pelouro da Protecção Civil acrescenta que o restante dinheiro será disponibilizado ao longo de 2017, “através de tranches mensais”. “É um equipamento que fica ao serviço do concelho e da região”, alega Manuel Fernando Rocha.