Francisco Coelho da RochaHá atitudes políticas para as quais não encontro definição nas Ciências Políticas. Mas se o contorcionismo político fizesse parte do catálogo das artes circenses, esta região seria fecunda na produção de protagonistas talentosos. Veja-se o exemplo de Paredes e do PSD local, onde a luta pela sucessão de Celso Ferreira tem demonstrado as aptidões de flexibilidade dos corpos políticos. A disputa, que chegou a ser a quatro, reduziu-se a dois: Joaquim Neves contra Pedro Mendes. Pelo caminho, os que até agora diziam (ou dizem!) de Pedro Mendes o que a oposição não diz por pudor são os mesmos que agora aparecem em fotos, nas redes sociais, a exibir entusiasticamente o cartaz de apoio ao candidato. Esta eleição é a mais importante para a concelhia nos últimos 12 anos, pois quem a vencer será, provavelmente, o candidato do partido à Câmara Municipal de Paredes. Olhando de longe, parece que a vida começa a correr bem para o lado dos socialistas.

Ao mesmo tempo que servem o objectivo da escolha do seu candidato à Câmara Municipal de Paredes, estas eleições no PSD não deixarão de ter repercussões sobre o PS concelhio e as suas estratégias eleitorais. Neste momento, não é certo que Alexandre Almeida seja o cabeça de lista à Câmara pelo PS, e talvez por isso não tenha anunciado ainda a sua recandidatura. Mas, apesar de todos estes factores, é muito provável que Elias Barros venha a protagonizar uma candidatura socialista. Na verdade, Elias Barros foi a escolha de Alexandre Almeida para concorrer às últimas eleições autárquicas, tendo sido anunciado como candidato pela Federação Distrital do Porto. Não o chegou a ser, alegadamente, por motivos de saúde, entretanto ultrapassados. Ora, Elias Barros cumpre agora o seu segundo mandato à frente da Junta de Freguesia de Rebordosa, uma das mais importantes do concelho, onde conseguiu resultados históricos. É natural que queira avançar para um projecto maior, ainda mais quando é público que tem recebido vários incentivos de alguns sectores importantes da sociedade local. Se em 2013 Elias Barros era a escolha de Alexandre Almeida, é natural que em 2017 estejam reunidas todas as condições para o ser efectivamente.