De bandeiras em riste, cada uma representando uma equipa, com gritos, cânticos e palmas, 3500 atletas, acompanhados dos treinadores, desfilaram, ontem à noite, na cerimónia de abertura da segunda edição do Paredes Handball Cup. Até domingo, Paredes promete transformar-se na capital do andebol numa autêntica festa da modalidade em que, mais que os resultados, interessam a festa e o convívio gerado.
“Durante esta semana Paredes é sinónimo de andebol, somos a capital do andebol”, afirmou Alexandre Almeida, frisando que este é “um dos maiores torneios em Portugal e dos maiores da Europa”.
O impacto no concelho é grande, embora não esteja quantificado. “Nota-se um afluxo de pessoas anormal a Paredes nesta altura e isso vai ter reflexos na restauração e comércio tradicional. E depois o importante é haver eventos desta envergadura, que mexem com a cidade, dão vida à cidade”, sustentou o presidente da Câmara, lembrando que não está concentrado em Paredes, mas chega às várias freguesias.
Este primeiro grande desfile “pretende mostrar que este é o maior evento desportivo em Paredes”. “Não estamos a dar números por dar”, realça, apontando o elevado número de atletas. “Este é um evento que é para continuar”, garante ainda.
“O resultado não é o mais importante, o importante é que se divirtam”, disse Paulo Martins, presidente da Associação de Andebol do Porto aos atletas presentes.
As equipas concordam. Exemplo disso, é uma equipa feminina de iniciadas, com 15 elementos, que veio da Alemanha. “É a segunda vez que vimos aqui a Paredes. Participamos e gostamos da organização e as minhas atletas adoraram e querem vir cá todos os anos”, diz Luísa Carvalho, treinadora emigrada na Alemanha que acompanha a equipa há cinco anos. “É uma logística grande, mas aqui temos a facilidade de a organização do torneio nos orientar super bem” e o facto de haver alojamento facilita e diminui custos, admite. “Queremos ter uns bons dias, cheios de alegrias e sorrisos, mas também umas vitórias, claro. Estar presente é tudo. Mais que resultados, isto é festa e convívio”, salienta Luísa Carvalho.
Voluntários fazem um pouco de tudo e são essenciais ao evento
Recorde-se que o Paredes Handball Cup conta com mais de 200 equipas de seis países – além de Portugal, Espanha, Sérvia, Chile, Alemanha e Taiwan – que vão disputar 600 jogos de andebol indoor, andebol de praia e andebol adaptado. Ao todo os andebolistas vão percorrer 14 pavilhões municipais.
A dar apoio ao evento estão mais de 200 voluntários. Mariana Coelho, de Paredes, aderiu pela primeira vez, depois de ter participado noutras acções de voluntariado com cariz diferente. “A mim encanta-me tudo o que é voluntariado. Sempre que é uma acção de voluntariado eu estou sempre lá, gosto de me sentir útil e de participar em tudo. É bom para conhecer novas pessoas”, explica a jovem de 22 anos. “Isto faz-nos crescer, ter conhecimentos e aprender um bocadinho de tudo, por exemplo de andebol, que era uma modalidade que não conhecia bem. O voluntariado faz-nos ser altruístas e pensar nos outros”, garante.
As suas funções passam por fazer acompanhamento dos atletas nos autocarros e ajudar nas cantinas. No final conta estar cansada e feliz, mas com vontade de voltar numa outra edição.
Também Luísa Vale, de Gandra, acredita no potencial desta experiência. Acabou de terminar o curso de comunicação e está a pôr em prática um pouco do que aprendeu. “É uma experiência. O contacto com os outros também é importante. Podendo trabalhar e ganhar experiência na minha área acho que é uma oportunidade boa”, diz a jovem de 20 anos, que está a fotografar e a recolher informações sobre o evento.
“Os voluntários que vão prestar um serviço incomensurável esta semana”, garante o presidente da Câmara.