O concelho de Paredes voltou a homenagear, esta segunda-feira, no feriado municipal, aqueles que “pelo seu talento e valores, pelo sua visão e capacidade de trabalho, se notabilizam nos seus campos de acção”. Foi atribuída a Medalha de Ouro de Paredes a 15 personalidades, instituições e empresas.
Ainda antes de falar de cada um dos homenageados, e lembrando a figura de José Guilherme Pacheco, o presidente da Câmara Municipal de Paredes, anunciou dois projectos: a realização de um congresso, comemorando o bi-centenário de José Guilherme, em 2021, e a criação do Conselho Estratégico de Desenvolvimento Económico de Paredes.
“Conhecer o passado é fundamental para entender no presente, as potencialidades e os problemas que temos, para melhor projectar o futuro. É um passo de gestão inteligente que queremos seguir. Nesta perspectiva, proponho a realização de um Congresso: Paredes, passado, presente e futuro, daqui a dois anos, tendo como razão imediata a comemoração do bi-centenário do nascimento de José Guilherme que se comemora em 2021”, disse Alexandre Almeida, desejando que o encontro seja um espaço de partilha de conhecimentos e ideias.
Defendendo ainda a necessidade de um trabalho em conjunto, o autarca referiu também que vai ser constituído o Conselho Estratégico de Desenvolvimento Socio-económico de Paredes. “Queremos que seja um órgão que corresponda a experiências de sucesso do Norte da Europa e funcione de acordo com metodologias defendidas pela União Europeia. Este conselho além de autarcas será constituído por dirigentes das nossas escolas e associações, empresários e outros paredenses de relevo nas suas profissões”, adiantou.
Os homenageados
Daniel Faria, poeta de Baltar
O primeiro homenageado, a título póstumo, foi Daniel Faria, poeta paredense. Foi agraciado “pelo elevado mérito da sua obra literária que fez dele um ilustre poeta português reconhecido internacionalmente e pela vida monástica de dedicação à comunidade do concelho de Paredes”, justificou a autarquia.
Daniel Augusto da Cunha Faria, nasceu em Baltar a 10 de Abril de 1971. Frequentou escolas no concelho e depois os Seminários do Bom Pastor, de Vilar e Maior e a Escola Secundária Rodrigues de Freitas. Entrou logo depois para o Curso de Teologia na Universidade Católica. Licenciou-se em Estudos Portugueses na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, apresentando em 1996, a Tese de Licenciatura em Teologia. Decidiu então optar pela vida monástica, sendo Postulante, no ano de 1997-98, no Mosteiro Beneditino de S. Bento da Vitória, e noviço, no ano seguinte, no Mosteiro de Singeverga.
A par da sua vida académica desenvolveu um serviço à comunidade. Fez desenhos, colagens, mobiles, encadernação e encenação. Dirigiu no Seminário Maior o Círculo de Leitura(s), ganhou vários prémios literários e escolares e colaborou em diferentes revistas. Tem vários livros editados, em alguns casos com reedições (1991 – Uma cidade com Muralha; 1992 – Oxálida; 1993 – A Casa dos Ceifeiros; 1998 – Explicação da Árvores e de Outros Animais; 1988 – Homens que são como Lugares Mal Situados; 1999 – A vida e conversão de Frei Agostinho; entre a aprendizagem e o ensino da Cruz; 2000 – Dos Líquidos; 2000 – Legenda para uma casa habitada; em 2003 a Quasi Edições editou num só volume todos os livros de Poesia: “Poesia – Daniel Faria”; 2007 – O Livro do Joaquim).
A Medalha de Ouro foi recebida pela mãe e pelo irmão.
Domingos Barros, empresário
A mesma distinção recebeu Domingos Barros, empresário. “Há grandes empresários que se ficam pela sua empresa. Há grandes empresários, que além da sua empresa, intervêm e abraçam outras causas cívicas e públicas com a mesma coragem e determinação. Domingos da Silva Barros é paredense. É um grande empresário. É um cidadão com actividade cívica e pública relevante”, descreveu Alexandre Almeida.
A Medalha de Ouro foi-lhe atribuída pelo “mérito empresarial, espírito pioneiro e empreendedor, pelo percurso como autarca, na Junta de Freguesia de Vandoma, como benemérito e humanista que honra as causas sociais, e cujo exemplo contribui para inspirar os empresários e dignificar o concelho a nível nacional e internacional”.
Domingos Barros nasceu em Rebordosa, em 1955, e iniciou-se muito cedo, com os seus pais, no sector das madeiras e dos folheados. Mais tarde fundou a Fibromade – Domingos Barros – Folhas de Madeira, S.A., empresa líder de mercado na produção de folhas de madeira. “Como líder empresarial, com experiência acumulada ao longo de 50 anos, contribuiu para inspirar, projectar e consolidar o sucesso da indústria da madeira e do mobiliário que tem conquistado o mercado internacional, sector económico emblemático do concelho”, descreve a autarquia.
“A curiosidade, a paixão pelos negócios, o perfeccionismo e a resiliência caracterizam-no com empresário. A sua capacidade de ajudar as associações culturais, sociais, desportivas e recreativas, sublinham o espírito benemérito do empresário”, sendo apontado como referência, adianta a mesma fonte.
Domingos Barros agradeceu “humildemente”. “Este reconhecimento é para partilhar com toda a minha família, começando pelos meus pais, a quem devo tudo o que sou. A minha companheira de toda a vida, dos bons e dos maus momentos, e aos meus filhos sem os quais não seria possível chegar até aqui”, disse o empresário, agradecendo a todos os colaboradores que fazem parte da equipa Fibromade. “Foram 50 anos de trabalho em que dediquei de alma e coração à indústria da madeira, que sempre foi a minha paixão. Pelo caminho houve momentos de instabilidade económica e de conjuntura difícil que só com muita determinação conseguimos ultrapassar”, referiu, falando da busca pela eficiência e pelo melhor produto. “Valeu a pena”, garantiu, “exportamos para mais de 30 mercados e a Fibromade é reconhecida no sector”. “Como autarca e como cidadão tentei estar disponível para ajudar as pessoas”, concluiu.
João Ribeiro, piloto de desporto motorizado
João Filipe Sousa Ribeiro, piloto de trial, enduro e rallycross, foi outro dos galardoados, pelo mérito desportivo e por ser um piloto do desporto motorizado “que eleva o nome do concelho de Paredes nas competições ao mais alto nível”.
A Câmara de Paredes destaca, no seu palmarés, as sete vezes que foi Campeão Nacional Júnior de Trial, a dezena de participações na selecção nacional de trial, ter ido vice-campeão Nacional de Enduro e bi-campeão Nacional de Rallycross (2017 -2018), tendo-se sagrado, na mesma época, vencedor da Taça de Portugal de Rallycros.
Nasceu em Baltar, em 1983, e para além do sucesso no desporto motorizado, destaca-se como jovem empresário na gestão de empresas.
“Este é o meu vigésimo ano de competição. Este prémio é mais importante do que qualquer um que tenha ganho. É uma distinção de Paredes, terra a que tenho orgulho de pertencer. Faço sempre questão de dizer de onde sou, sou um paredense orgulhoso”, disse o piloto, no agradecimento feito.
Joaquim Alves Faria, empresário e fundador de cooperativas
Joaquim Alves Faria, foi agraciado “pelo mérito de contribuir para o lançamento do cooperativismo habitacional e equipamentos de solidariedade social e de honrar a cidadania activa que faz dele ilustre representante dos valores da actividade cívica e política do concelho”.
É empresário e fundador das Cooperativas Integrantes do “Grupo Nortecoope”, entre estas, a Paredecoope – Cooperativa de Habitação. Nasceu, em Paredes, em 1932, criou a Fundação Nortecoope, uma referência a nível nacional. Notabilizou-se pela construção de edifícios na área social e de apoio à infância, distingue-se também pela capacidade empreendedora, incluindo a “Litocartão”- Industria localizada em Baltar, e pela dedicação ao União Sport Clube de Paredes, quer como dirigente, quer como benemérito. Segundo a autarquia, notabilizou-se ainda na esfera política, com voz activa na luta “apartidária”, pela liberdade e pela democracia, antes e depois da “Revolução de Abril”.
“O cooperativismo assenta nos valores de adesão voluntária e livre de todos os seus membros, organiza-se democraticamente e exige a participação de todos. Os seus fins são o bem da comunidade onde operam. Os valores superiores nas vivências humanas passam pela solidariedade social. Joaquim Alves Faria é paredense e é exemplo maior de espírito empresarial em prol do cooperativismo de solidariedade social”, destacou Alexandre Almeida.
Maria Carneiro Alves Lamas, carreteira
Por “perpetuar a memória das carreteiras, que transportavam móveis à cabeça e às costas, desde o concelho de Paredes a longas distâncias”, o município homenageou também Maria Lamas enquanto representante de todas as carreteiras de Paredes.
“Em nome da necessidade e da tradição, as carreteiras percorreram um caminho de sacrifício, transportando os carregos de móveis para a cidade do Porto entre outras localidades”, recordou a Câmara. Maria Lamas tem 84 anos e nasceu em Lordelo, sendo carreteira desde os oito anos de idade. Aos 19 anos passou a trabalhar como criada. Tem cinco filhos, 11 netos e seis bisnetos, ocupa os tempos livres no Centro Social e Educativo de Parteira e recorda às gerações mais jovens o quanto as carreteiras contribuíram para afirmar e consolidar a indústria de mobiliário, o sector económico emblemático de Paredes. Participou como actriz na peça de teatro “As Mulheres Móveis”, encarnando a personagem de carreteira, numa interpretação onde partilha as suas próprias histórias e vivências.
“Na pessoa de Maria Carneiro Alves Lamas, homenageamos todos os que trabalharam e trabalham na indústria dos móveis”, explicou Alexandre Almeida.
“Eu não sei ler nem escrever. Mas tenho mais de 80 anos e nunca ninguém desta câmara se lembrou das carreteiras nem das pessoas que trabalharam muito. Por isso, isto não é só meu, é de todas as mulheres que trabalhavam nisto”, explicou a mulher que recebeu uma salva de palmas.
Juvilte José da Silva Madureira, ferroviário
Juvilte Madureira também recebeu a Medalha de Ouro de Paredes, pela dedicação à profissão de ferroviário e à actividade sindical.
Nascido em Santa Marta de Penaguião, em 1956, nos primeiros anos de trabalho na CP – Caminhos de Ferro de Portugal completou o 12.º ano de escolaridade como trabalhador estudante. Coordenou uma comissão de trabalhadores da CP e tornou-se membro do Sindicato dos Ferroviários do Norte e membro da Federação Nacional dos Ferroviários em acumulação com o cargo de dirigente da Comissão de Trabalhadores. No percurso político sublinha-se que foi durante quatro mandatos membro da Assembleia Municipal de Paredes e da Assembleia de freguesia de Recarei, na qual exerceu a presidência da Assembleia de Freguesia. É militante do Partido Comunista Português, desde 1974.
“Esta entrega muito me honra. Orgulhosos estão todos os ferroviários de Paredes”, afirmou, falando das alterações que estão a acontecer na CP e na EMEF e dizendo acreditar que algumas ideias que “bailam nas cabeças” dos autarcas do Vale do Sousa poderão avançar. A Linha do Douro foi provavelmente a linha que mais problemas sociais trouxe na altura. Hoje provavelmente isso não se passaria”, recordou.
Rui Orlando, jornalista
Numa altura em que “as fakes news se transformam em instrumentos de descrença e manipulação, os jornalistas reganham importância, como uma classe que se rege por um código deontológico”, afirmou Alexandre Almeida, justificando a atribuição de uma Medalha a Rui Orlando, pelo “mérito profissional alcançado como jornalista desportivo” e por ser um “reputado director de um canal de televisão em Portugal dedicado ao desporto”.
Rui Orlando nasceu em Paredes, em 1971, e iniciou-se na rádio aos 16 anos, Rádio Paredes, e mais tarde na Rádio Terra Verde. Foi fundador da Sport TV e fez parte da equipa que desenhou e implementou o Canal “Sport TV Mais”. Planeou e coordenou no terreno as coberturas do Euro 2000, Mundial 2002, Mundial 2006, Mundial 2010, Euro 2012, Mundial 2014, Jogos Olímpicos de 2016 e Mundial de 2018, na Ucrânia, entre muitos outros acontecimentos.
“Quero agradecer o reconhecimento que está a ser feito a muitos cidadãos de Paredes, entre os quais me incluo, pelo mérito, pela carreira, pelo trabalho. Vimos aqui grandes exemplos. No meu caso talvez ainda não tenha andado o suficiente para deixar um legado e ser lembrado. De qualquer forma agradeço o reconhecimento pela forma como tenho desenvolvido a minha carreira, assente em pilares que recolhi nesta terra e na minha família. Quero dedicar isto aos meus pais, à minha mulher e aos meus filhos”, referiu o homenageado.
Nossa Senhora dos Remédios – Obra do Bem Fazer, instituição
Agraciada “pelo mérito de honrar e servir o associativismo e a cidadania pela incomensurável dedicação à causa social e pelo fomento do voluntariado faz da instituição ilustre representante da sociedade do concelho de Paredes”, a Obra do bem Fazer dedica-se há 27 anos a auxiliar o grupo de peregrinos que percorre os caminhos da fé até ao Santuário de Fátima.
A instituição foi fundada em 1992 e tem o propósito de prestar apoio social à comunidade paredense e outras comunidades que solicitem ajuda. Tem como principal objectivo proporcionar apoio humano e material aos mais carenciadas. A instituição desenvolve uma série de actividades de apoio social, material, financeiro e religioso em colaboração com a paróquia de Castelões de Cepeda.
O presidente, Joaquim dos Reis Pinto, recebeu a distinção.
OCDP – Obra de Caridade ao Doente e ao Paralítico, instituição
Da mesma forma, a OCDP foi distinguida por “honrar e servir o associativismo e a causa social e estimular o voluntariado”. Dedicada ao auxílio aos doentes e paralíticos, a instituição realiza desde há 47 anos a peregrinação a pé ao Santuário de Fátima auxiliando os peregrinos durante o caminho. Duas vezes por semana servem a “sopa dos pobres” e fazem distribuição de bens alimentares pelas famílias carenciadas no âmbito de parceria com o Banco Alimentar.
“As organizações de caridade ou de solidariedade social desempenham um papel insubstituível na sociedade”, defendeu o presidente da Câmara.
Ao receber a Medalha, António Pinto, presidente da OCDP, agradeceu a distinção e disse que a mesma estará sempre ao dispor da Câmara de Paredes.
Rancho Regional de Paredes, instituição
Também por “honrar o associativismo, servir a causa social e prestar apoio total aos peregrinos, no caminho a pé desde Paredes até ao Santuário de Fátima”, foi agraciado o Rancho Regional de Paredes.
“Desde há seis anos, que o Rancho Regional de Paredes assume a missão de auxiliar peregrinos na peregrinação a pé de Paredes ao Santuário de Fátima, fornecendo apoio logístico, médico, refeições, dormidas e dedicação dos voluntários. Para além de promover a cultura popular e divulgar as tradições, os trajes, as danças e os cantares da região, o Rancho Regional de Paredes incentiva à participação cívica nas causas sociais”, descreve o município.
Fundado, em Castelões de Cepeda, em 1937, o Rancho Regional de Paredes, é o quinto grupo nacional mais antigo.
“É com enorme alegria que recebemos esta distinção não só ao folclore como ao apoio aos peregrinos”, afirmou o presidente do grupo, Victor Nogueira.
Manuaço, S.A. indústria de serralharia e produção de estruturas metálicas, empresa
“Pelo que fazem, pela sua antiguidade, crescimento constante e pela grande capacidade inovadora”, a Câmara Municipal de Paredes homenageou ainda cinco empresas.
A Manuaço foi a primeira, pela “liderança no sector da serralharia e na produção das estruturas metálicas, nas vertentes de engenharia, fabrico e montagem, por ser uma empresa exportadora que muito contribui para a diversificação do tecido empresarial” de Paredes.
Fundada em 2006, a empresa instala-se 2011, em Gandra, por José Fernando Martins da Rocha, e foi transformada em SA em 2016. Teve um crescimento sustentado e conta com 88 trabalhadores. “A aposta na inovação, na certificação e gestão da qualidade garantem, desde 2012, sucesso no processo de internacionalização, em Espanha e Marrocos”, refere a autarquia. A Manuaço fornece os mercados de França, Inglaterra, Itália, Polónia e Roménia.
“Não posso deixar de agradecer a disponibilidade da autarquia para com a empresa. Queremos ajudar a contribuir para o crescimento do município e das famílias que nele habitam. Este reconhecimento só é possível graças ao empenho e dedicação aos cerca de 90 colaboradores que fazem parte da família Manuaço. Quero também agradecer à minha mulher e aos meus filhos que têm sido o pilar da minha vida”, sustentou o administrador, José Rocha.
MELF – Indústria e Exportação de Mobiliário, S.A., empresa
Homenageada pelo mérito empresarial, pioneirismo no fabrico e exportação de mobiliário, sobretudo para o mercado francês, a Melf descende de uma empresa familiar e cresce com o empreendedorismo dos dois irmãos, Luís e Eduardo Almeida, em Rebordosa.
“Com as oportunidades nascidas com o mercado de exportação, há 25 anos, fez com que a LIGA crescesse num ritmo acelerado, transformando-se numa empresa de referência no sector. Actualmente, com 100 funcionários, continuando com características de uma empresa familiar, a sua dimensão e o mercado cada vez mais competitivo e exigente, a LIGA tem-se adaptado e evoluído, quer ao nível da administração e logística, assim como na modernização tecnológica, investindo para adaptar a sua produção aos novos desafios que o mercado apresenta. Os principais mercados continuam a ser, França, Espanha e Bélgica, embora nos últimos anos haja uma tendência da abertura de novos mercados em consequência da produção para o sector da hotelaria”, explica a Câmara.
A Medalha foi entregue a Luís Almeida e Eduardo Almeida. Os administradores agradeceram. “Este prémio do reconhecimento do trabalho que temos feito ao longo dos anos, fruto do empenho de uma grande equipa. Dedicamos a todos os colaboradores e clientes que trabalham connosco. Sem eles a LIGA Melf não seria a grande empresa que é hoje”, argumentaram.
Móveis Carlos Alfredo – Carlos Alfredo Barros da Silva, Lda., empresa
Fundada em 1964, a Móveis Carlos Alfredo começou como uma pequena empresa familiar pelas mãos de Carlos Alfredo e o seu irmão Elias, em Rebordosa. Rapidamente passou a contar com uma equipa de seis funcionários que, desde o início, se especializou no fabrico de móveis em madeira maciça. No início, o foco era no mercado interno, mas a empresa cresceu e começou a exportar. No início dos anos 1980, já empregava mais de 60 pessoas e exportava para países como Espanha e França.
Hoje, a Móveis Carlos Alfredo conta com uma equipa de cerca de 100 pessoas, divididas por duas unidades fabris divididas entre Rebordosa e Gandra, e exporta 99% da produção para Espanha, França, Bélgica, Alemanha e Inglaterra.
Em 2012, já com quase meio século de experiência no fabrico de mobiliário e gerida pela segunda geração, foi criada a marca Wewood – Portuguese Joinery com um maior foco no design e direccionada para o mercado premium internacional, com uma colecção de mobiliário fabricada em pequenas séries, recuperando a tradição da marcenaria e grande parte do processo de fabrico a ser feito manualmente com madeira proveniente de florestas sustentáveis e os melhores materiais do mundo para garantir qualidade e durabilidade. A Wewood está presente em 54 países, colaborando com cerca de 20 designers nacionais e internacionais e tem uma colecção de cerca de 60 peças destinadas ao mercado residencial e de contract.
Em 2019, ano em que completa 55 anos de existência, a Móveis Carlos Alfredo decidiu deslocar toda a produção de Rebordosa para Gandra e está neste momento a ampliar a unidade de produção de Gandra em 7000 metros quadrados, o que corresponde a um total de 3,5 milhões de euros de investimento. Até ao final do ano, a Móveis Carlos Alfredo passará a produzir exclusivamente a partir de Gandra e a deter uma área de produção de 12500 metros quadrados equipada com as mais modernas tecnologias e uma equipa experiente de trabalhadores qualificados.
“É com muita satisfação que a minha empresa recebe esta distinção. EM meu nome e dos meus filhos, que são os actuais gerentes, o nosso muito obrigado. Fazemos parte do concelho e sentimo-nos orgulhosos. Tudo faremos para que a qualidade dos móveis que produzimos e seguem por esse mundo fora seja cada vez mais elevada. Isto servirá de motivação para o nosso trabalho”, afirmou o empresário Carlos Alfredo Barros da Silva.
Movis Furniture – Agostinho Fernandes, Lda., empresa
Pelo mérito da produção e comercialização de móveis contemporâneos e reconhecimento internacional obtido a Movis Furniture também foi medalhada nesta sessão solene.
A empresa foi fundada, em Sobrosa, em 1987, pelos sócios Agostinho Fernandes e Fernanda Fernandes com a designação comercial de Móveis Fernandes. Dedicaram-se inicialmente à compra e venda de mobiliário. Em 1994, com a construção da actual unidade industrial, a empresa passa a designação comercial para indústria, dando início à produção própria com a marca Movis incorporando o design e materiais diversos como factor distintivo. Segue-se a conquista do mercado espanhol. A Movis está actualmente presente em França, Estados Unidos da América, Arábia Saudita e no Líbano.
A Medalha foi recebida pelos sócios gerentes, Augusto Fernandes e Fernanda Fernandes, que agradeceram a distinção: “É com muita honra que recebemos este prémio. Agradeço em nome da família e dos colaboradores da empresa”.
NGB – Negociantes de Gado de Baltar. S.A. – exportação e importação de carnes, empresa
A última a ser homenageada, “pelo mérito empresarial, pela actividade singular de importação e exportação de produtos do sector alimentar das carnes e contributo para a diversificação do tecido empresarial” do concelho foi a NGB – Negociantes de Gado de Baltar, criada por Edgar Ferreira em 1985 e com cariz familiar.
A empresa foi consolidando mercado e granjeando reputação nos parceiros europeus e criou o entreposto que abastece de carne bovina a região do Grande Porto.
Em 1996, enfrentam a crise na Europa para a carne bovina que os obrigou a entrar na comercialização de carne suína, caprina e de aves. Hoje, contam com 23 funcionários, uma frota que permite a distribuição em toda a região Norte e Centro (Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro, Douro Litoral, Centro) de Bragança a Coimbra.
A NGB trabalha o mercado nacional, efectuando todas as semanas, o abate de gado no matadouro da PEC (Matadouro de Penafiel), procedendo também à distribuição dessas carnes.
As importações reportam a mercados como França, Dinamarca, Espanha, Holanda, Reino Unido e Polónia. Em 2018, iniciam a exportação de carnes para Espanha.
A tradição de base familiar mantém-se e, hoje a empresa já conta com o os filhos mais velhos de David Ferreira que participam activamente na vida da empresa.
Os administradores David Fernandes Ferreira, Manuel David Fernandes Ferreira, David Manuel Ferreira e Agostinho José Ferreira receberam a distinção. “É com imensa gratidão que recebemos e agradecemos esta homenagem que nos motiva a fazer mais e melhor. Somos uma empresa familiar e agradecemos à figura do grande impulsionador deste negócio, o meu avô”, referiu um dos homenageados.