Concerto "Jazz Quintet João Rosa", em 2023

São de 14 países que estão representados em Lousada para dar sonoridade ao CICLO, o Concurso Internacional de Canto Lírico, que decorre até ao dia 7 de julho, domingo. Desde Portugal à China, do Canadá à Eslováquia, o evento, que assenta arraiais no Auditório Municipal local, com entrada é livre, é único no norte de Portugal e o primeiro desta dimensão a ser lançado no país e que quer mobilizar assim cantores de todo o mundo, sendo uma verdadeira festa da música e já marca cultural e motor de diferentes aspetos da dinâmica local.

As fases do concurso começam hoje, mas ontem o programa arrancou com ontem, com o concerto de abertura que subiu ao palco com as sopranos Paola Leoci, de itália, e a portuguesa Sofia Marafona.

Refira-se que, Portugal tem a maior representação de candidatos, 13, seguida pela Coreia do Sul, sete, e China, cinco, mas entre os inscritos no CICLO estão intérpretes do Brasil, Argentina, Espanha, Canadá, Itália, Rússia, Ucrânia, USA, Polónia, Inglaterra e Eslováquia.

Destes cantores, há cinco que venceram outros concursos internacionais de ópera nos últimos dois anos, passando diretamente à semifinal do CICLO.

Entre os elementos do júri internacional, presidido pelo maestro Cesário Costa, e com as presenças de Ana Paula Russo e André Cunha Leal, estão o barítono italiano Ettore Nova e Aquiles Machado, tenor venezuelano, explica a organização.

Depois de todo o “trabalho de preparação anual e da azáfama da chegada dos cantores ao Auditório Municipal de Lousada”, as sessões eliminatórias começam hoje, para durar uma semana e ouvir diferentes reportórios operáticos.

O programa completo inclui palestras e outras iniciativas paralelas, no dia 4, entre as quais conversas com Jorge Rodrigues, à volta do tema “Ópera é Revolução”, e André Cunha Leal, sobre a necessidade de ir “Construindo Pontes Inteligentes para a Comunidade Artística”.

O Concurso Internacional encerra no dia 7, às 17h00, com o tradicional Concerto de Laureados. Este ano com um sabor diferente, visto que a Associação de Cultura Musical de Lousada, organizadora do CICLO, completa 50 anos de existência.

Para José Corvelo, diretor artístico deste encontro, a verdade é que “não havia um concurso verdadeiramente internacional, capaz de dinamizar o norte do País neste campo cultural”, por isso a organização quer “continuar a desenvolver esta plataforma de cruzamento de novos intérpretes e de públicos, criando oportunidades – que ainda escasseiam – de ouvir reportórios e conhecer melhor as diferentes dimensões do canto lírico”.

Já Pedro Araújo, da Associação de Cultura Musical de Lousada, o CICLO “foi um desafio” que “tem já resultados bem visíveis, não só na comunidade local, assim como no panorama maior do canto lírico”, sendo certo que parte de uma “região que vive intensamente o ensino e prática da música”. Exemplo disso são as escolas do Vale do Tâmega.

O CICLO é promovido pela Associação de Cultura Musical de Lousada e já contabiliza cinco décadas, sendo um “fator de mobilização de entidades, escolas e população” e, apesar da sua juventude, “dinamiza já diferentes vertentes da vida cultural, turismo e atividades económicas da região”, refere ainda a organização que pretende

Por isso, a organziação pretende afirmá-lo “como um grande concurso de canto em Portugal e implantar uma marca identitária no calendário nacional e internacional, a partir do Vale do Sousa, abrindo oportunidades tanto para intérpretes como para públicos”.

O desenvolvimento do projeto passa pela “constituição de júris com personalidades de mérito nacional e internacional, bem como pela manutenção de prémios com uma componente monetária e artística comparáveis a outros concursos internacionais europeus de prestígio”, elenca a organização que quer “consolidar uma plataforma de divulgação nacional e internacional, que chama candidatos de todo o mundo, com especiais expectativas em relação aos concorrentes nacionais e europeus”.

Paralelamente, “procura o envolvimento e mobilização da comunidade, em particular do universo estudantil e dos alunos das muitas escolas de música da região”.

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