Verdadeiro Olhar

Voluntários do CHTS pintaram sala em associação de Penafiel

Foto: DR | Ana Machado, Paula Sousa, Bruno Cunha, Fátima Lopes, Fátima Silveira e Avelino Silva foram os voluntários deste ano

Um pequeno gesto, como doar parte de um dia, uma vez por ano, para ajudar os outros, pode fazer a diferença? Um grupo de voluntários que integra a equipa do Serviço de Compras do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) quer mostrar que sim.

Pelo segundo ano consecutivo trocaram um dia de folga, tempo para a família, os amigos e o lazer, por uma acção solidária. Desta vez, pintaram uma sala da Associação de Solidariedade Social de Vila Cova, uma instituição que apoia idosos em Penafiel.

Não dão o tempo por perdido e querem continuar.

“Não me custou abdicar destas horas. Faria outra vez já se fosse preciso”

No ano passado, os funcionários do CHTS juntaram-se, num sábado de manhã, para pintar uma sala da Associação de Pais e Amigos dos Diminuídos Mentais de Penafiel – APADIMP e ajudar a servir refeições aos utentes.

Foto: DR

Este ano, repetiram a actividade solidária. Escolheram apoiar a Associação de Solidariedade Social de Vila Cova, que apoio mais de 120 utentes, contando com um centro de dia, centro de convívio e serviço de apoio domiciliário.

Durante uma manhã, mais uma vez num sábado, pintaram uma sala de grandes dimensões, a duas cores, que irá agora ser usada para as actividades físicas dos seniores.

Como é que isto tudo nasceu? “As empresas também fazem actividades de responsabilidade social. E mais que juntar dinheiro queríamos fazer qualquer coisa que fizesse a diferença na vida das pessoas. Darmos o nosso tempo e ajudar quem precisa”, explica Bruno Cunha, director do Serviço de Compras do CHTS.

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Se da primeira vez compraram os materiais com dinheiro do seu bolso, desta vez a instituição fez questão de dar as tintas, “porque já estávamos a dar o nosso trabalho”, justifica.

Seis dos 10 elementos da equipa disseram presente e mais uma vez dedicaram-se à pintura, trocando os computadores e telefones pelas trinchas e tintas.

“Gostei de participar. No ano passado não pude e fui este ano pela primeira vez. Não pensei que a sensação ao fim fosse ser tão boa. Supera qualquer fadiga”, garante Ana Machado, de Amarante. “É bom imaginar a reacção dos utentes quando entrarem naquela sala. Não me custou abdicar destas horas. Faria outra vez já se fosse preciso”, diz a voluntária que pintou paredes pela primeira vez.

“O motivo é nobre e quis participar. Sentimo-nos úteis a ajudar os outros sem receber nada em troca. É gratificante”, sustenta Avelino Silva, de Penafiel. “Fomos muito bem acolhidos e notou-se que a instituição ficou reconhecida com o nosso trabalho”, refere o funcionário do CHTS. Para não roubarem tempo à família deixa uma ideia para o próximo ano: “as famílias também deviam participar”.

Também Fátima Lopes, já habituada às andanças da solidariedade, explica que saiu de Vila Cova “de coração cheio”.

Os voluntários são unânimes noutra questão. A ligação criada com os colegas nestas acções é completamente diferente da do contexto de trabalho.

“É uma actividade que ajuda a fortalecer o espírito de equipa. No final, estava toda a gente cansada mas satisfeita”, exemplifica Bruno Cunha. A experiência também lhes permite conhecer melhor a realidade das instituições da região. “Aquilo que fazemos não é nada comparado com o que as pessoas das instituições fazem todos os dias”, acredita.

Porque a experiência tem sido muito “enriquecedora”, o objectivo é continuar “esta filosofia”. “Queremos dar o nosso tempo de forma útil para aquilo que as instituições da área de influência do centro hospitalar precisarem”, conta.

E alega que esta pequena gota já faz a diferença. “O nosso serviço tem 10 pessoas, mas o hospital tem cerca de dois mil funcionários. Se toda a gente ajudar imagine-se o impacto que podíamos ter”, afirma.