O número de casos registados de vespa velutina na região aumentou em 2019. Nos concelhos de Lousada, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e Valongo foram reportados 2.312 ninhos da também chamada vespa asiática. Desses, 1.716 foram eliminados pelos serviços de Protecção Civil dos municípios.
Penafiel foi, de longe, o concelho com maior número de casos reportados: 1.062. Segue-se Paredes.
À excepção de uma ligeira quebra em 2018, o número de ninhos identificados e destruídos na região tem sido crescente. Podem ser de grandes dimensões e estar a grande altitude o que, por vezes, não permite a sua eliminação.
Conheça a evolução concelho a concelho e as freguesias mais afectadas.
Nevogilde, Casais, Meinedo, Nespereira e Aveleda são as freguesias com mais casos em Lousada
Em 2018 foram identificados e destruídos 165 ninhos de vespa asiática em Lousada. O número cresceu para os 239 ninhos no ano passado, ainda assim abaixo dos 260 registados em 2017.
As freguesias mais afectadas foram Nevogilde, Casais, Meinedo, Nespereira e Aveleda.
“Julgo que todos os ninhos foram reportados aos serviços municipais, até por que existe uma grande consciencialização por parte da população relativamente à necessidade de eliminação dos ninhos de vespa velutina”, explica ao Verdadeiro Olhar o vereador da Protecção Civil, António Augusto Silva.
Em Lousada, refere o autarca, existe uma equipa dedicada a este serviço, “constituída por dois elementos efectivos e coadjuvada por equipa de apoio para casos especiais, como ninhos com acessos difíceis, alturas superiores a 20 metros e localização sob os telhados”. Em média saem duas vezes por semana.
A população, diz o vereador, está cada vez mais sensibilizada para a temática. “Os avistamentos são-nos reportados em cerca de 90% pela população” ou directamente junto do município ou através da plataforma nacional STOPvespa.
Porque se trata de uma espécie invasora com “impactos e efeitos negativos no ambiente e biodiversidade, na saúde pública e na apicultura” e que “devido à sua grande agressividade constitui um perigo para a segurança da população e para a saúde pública” a vespa velutina é “uma grande preocupação para o município”, salienta António Augusto Silva.
139 ninhos destruídos em Paços de Ferreira
No concelho vizinho de Paços de Ferreira, os serviços municipais receberam, em 2019, um total de 271 exposições referentes à possível existência de ninhos de vespa velutina, informa a autarquia. Esses relatos chegaram via munícipes, juntas de freguesia e GNR.
Destes casos, 139 foram eliminados com a ajuda dos bombeiros voluntários desde Agosto. “Estão pendentes 23 processos para eliminação de ninhos. Algumas situações são regularizadas pelas juntas, munícipes ou então não se visualizou ninho”, refere o município, justificando a diferença de números.
A Câmara de Paços de Ferreira esclarece ainda que para informar o município da existência de um ninho de vespa velutina basta enviar um e-mail com os dados de quem informa, a localização do ninho e um contacto, para posterior comunicação e intervenção dos serviços municipais dos bombeiros.
Média de 400 casos resolvidos por ano em Paredes
De 2018 para 2019 aumentaram, exponencialmente, o número de casos reportados em Paredes. Subiu de 392 ninhos identificados e destruídos para 605 registos de ocorrências. Mas havia casos de comunicações repetidas e outros em que se tratava de outras espécies ou em que só tinham sido avistadas vespas, refere o pelouro da Protecção Civil do Município de Paredes. No ano passado foram destruídos, ainda assim, 418 vespeiros no concelho. Paredes, Lordelo, Rebordosa e Cete foram as freguesias com mais casos.
“O número de situações é sensivelmente o mesmo nos últimos anos, rondando as 400 ocorrências (vespeiros) resolvidas. No entanto a tendência é o aumento das situações pois estamos a falar de uma espécie invasora sem predadores, que nestas condições tem um crescimento exponencial”, assume o município.
Além disso, há casos que não são reportados e outros que acabam por ser resolvidos por particulares.
O município tem um protocolo com a Associação Nativa para o controlo da vespa velutina que trabalham diariamente com os serviços de Protecção civil, que prometem continuar atentos a um tema que “afecta a segurança das pessoas e tem um elevado impacto ambiental”.
Aumento de 40% dos ninhos participados em Penafiel
No total houve um aumento de 40% nos ninhos de vespa asiática reportados em Penafiel. Em 2018 tinham sido identificados 635 e em 2019 foi dado o alerta para 1062 casos. Da mesma foram, dizem os serviços de Protecção Civil da autarquia, o número de ninhos destruídos aumentou 28,4%, passando de 562 para 785 no mesmo período.
As freguesias com mais casos foram Termas de São Vicente e Penafiel, sendo que, “na sua maioria, os avistamentos de ninhos coincidem com as áreas edificadas e junto às vias rodoviárias”.
Em Penafiel há uma equipa dedicada à eliminação dos ninhos de vespa velutina composta por dois elementos e que, normalmente, sai dois dias por semana, eliminando em média, 15 a 20 ninhos por saída.
Numa altura em que a população já está familiarizada com o problema, a autarquia adianta que “o combate à vespa velutina continuará a ser uma preocupação do Serviço Municipal de Protecção Civil de Penafiel, providenciando uma resposta atempada tanto à eliminação dos ninhos de vespa velutina que são participados, bem como tranquilização das populações em relação à sua segurança”.
Valongo com número de casos estabilizados e 20 mil euros de custos anuais
Nos últimos dois anos, o número de casos de ninhos de vespa velutina identificados e eliminados em Valongo foi quase igual. Foi de 138 em 2018 e de 135 em 2019.
Valongo e Ermesinde registaram 55% dos casos.
A Câmara de Valongo acredita que há outros ninhos que não são identificados. “A autarquia continua a actuar em função dos alertas que recebe, detecções próprias e colaboração com apicultores”, tendo uma equipa dedicada à resolução destes casos que sai diariamente para fazer destruição de ninhos.
Quanto às preocupações da população, o município reconhece que “existe algum alarmismo, alimentado por receio de fontes sensacionalistas que alcunham estas vespas de ‘assassinas’”. “Apesar de o risco para as pessoas ser reduzido, estas vespas matam abelhas e colmeias inteiras, causam avultados prejuízos aos apicultores e constituem uma forte ameaça à biodiversidade, pelo que representam também um perigo ambiental”, salienta a autarquia em resposta ao Verdadeiro Olhar.
“O município de Valongo continua a desenvolver esforços para erradicar esta praga. Recentemente foi adquirida uma plataforma-grua, pelo valor de 50 mil euros que tem sido muito útil no extermínio de alguns ninhos. Globalmente, por ano, esta actividade representa uma despesa de aproximadamente 20 mil euros”, conclui a Câmara.