O Fórum Cultural de Ermesinde encheu-se, esta quinta-feira, de aplicações para telemóvel e tablet para todos os gostos produzidas por dezenas de jovens alunos de escolas de vários pontos do país. Havia aplicações para aprender a poupar, para apoiar o estudo, para fazer turismo, ajudar na leitura, prevenir e identificar a violência no namoro e, até, para descobrir onde existe a máquina mais próxima de aluguer de guarda-chuvas.
Trata-se do projecto Apps for Good, que pretende que jovens utilizem a tecnologia para resolver problemas relacionados com a sustentabilidade. Valongo acolheu o segundo Encontro Regional da 4.ª edição desta competição. Em prova estiveram 66 equipas. Depois de fazerem um pitch de três minutos para um júri e de apresentarem as suas ideias ao público no marketplace, nove das propostas foram seleccionadas para serem finalistas. Foi ainda entregue o prémio do público.
Alunos da Escola Secundária de Lousada não ganharam, mas aprenderam
Micaela Pacheco, Patrícia Ferreira, Rui Sousa, Mariana Marques e Inês Castro são alunos do 12.º ano, na área de Humanidades, da Escola Secundária de Lousada.
Quando desafiados a criar um projecto que ajudasse a sociedade escolheram ajudar os que lhe são mais próximos, os colegas. Criaram a aplicação Logictech para apoiar os alunos do 9.º ano e 12.º ano na orientação vocacional. Além de testes psicotécnicos há testemunhos de profissionais de várias áreas em vídeo, um calendário com datas de exames, uma calculadora de médias para avaliar as notas de acesso e exemplos de saídas profissionais, entre outras informações. Desta experiência levam muitas aprendizagens. “Fazer um pitch fez-nos perceber como vender uma ideia”, deram como exemplo.
O projecto não foi um dos finalistas. Mas “a aplicação vai ser posta em funcionamento na escola no próximo ano lectivo”, garantiram os alunos.
“É preciso projectos que promovam a criatividade e o empreendedorismo, que permitam transformar boas ideias em coisas concretas e com impacto social”, defendeu presidente da câmara
Ao todo foram distinguidas nove aplicações, sendo que estes finalistas estarão a 24 de Setembro, na Fundação Calouste Gulbenkian.
As aplicações seleccionadas foram a “Ampara” e a “I dose Pills”, da Escola Profissional de Fafe; a “Make a Story”, da Escola Secundária Dr. Manuel Gomes de Almeida; a “WYW Umbrella”, da Escola Secundária Dr. Serafim Leite; a “Reefood”, da Escola Básica e Secundária do Levante da Maia; a” Foodrive”, da Escola de Comércio do Porto; a “InOVAR”, da Escola Secundária Júlio Dinis; a “We Help”, da Escola Profissional Agrícola Conde de São Bento; e a “Help to Learn”, da Escola EB 2,3 Dr. Francisco Sanches. O prémio do público foi entregue à app “Volpet”, da Escola Básica e Secundária do Levante da Maia.
Durante a sessão, António Silva, da Direcção Geral da Educação, enalteceu a iniciativa e disse que é possível fazer uma escola diferente com este tipo de projectos que promovem a escola dos nossos dias. Já João Baracho, director executivo do CDI Portugal, que promove a competição, lembrou que mais de 230 escolas já têm o selo “Apps for Good” e que nas quatro edições do concurso já envolveram mais de 5.500 alunos e 500 professores. “Acredito muito na continuidade deste programa e quem não for seleccionado não desista”, apelou.
Já José Manuel Ribeiro, que entregou o prémio do público, patrocinado pela autarquia, recordou que abriu recentemente um Centro de Cidadania Digital no concelho onde podem ser desenvolvidas muitas aplicações deste género. “Este projecto é extraordinário. A escola precisa de investir muito na autonomia das pessoas. É preciso projectos que promovam a criatividade e o empreendedorismo, que permitam transformar boas ideias em coisas concretas e com impacto social”, defendeu o presidente da Câmara de Valongo.