É único no país e tem um acervo de cerca de 5000 peças em exposição. A ‘lona’ do Museu da Magia, situado em Ermesinde, Valongo, vai-se abrir ao público, no próximo dia 31 de Janeiro, a partir das 18h00, sendo que às 21h30 estão previstas actuações de mágicos nacionais e internacionais como David Sousa, ilusionista português que arrecadou o título de campeão do mundo de magia, em Estocolmo, também venceu a Varinha Mágica de Ouro, em Monte Carlo, e foi agraciado com o Mandrake d’Or, em Paris. André Gomes, Zé Mágico, Solange Kardinaly, José de Lemos, Rafael Titonelly, David Sousa e Ricardo Pimenta vão marcar presença nesta inauguração com um “espectáculo único”.
Miguel Ângelo Gonçalves revela que este espaço é o “guardião da história da magia em Portugal”, e agora chegou o momento de “partilhá-la com o público”. O museu tem um auditório com capacidade para 50 pessoas e é ali que vai ser possível “sonhar e contar histórias”.
É impossível quantificar o espólio que esta associação tem a seu cargo, mas, e só para se ter uma ideia, Miguel Gonçalves revela que têm “12 mil livros, 42 fatos, 900 posters e mais de 3000 peças nacionais que juntos fazem parte da história da magia em Portugal. Também “a moeda que desaparece até à mulher cerrada, passando por cartas manuscritas, vídeos e jogos vintage”, se incluem na riqueza deste espaço.
É evidente que não é possível expor todo este património artístico, mas através do que é possível mostrar, os visitantes vão ser convidados a entrar nesta ‘caixa mágica’, onde nada é irrealizável.
A magia ou ilusionismo é a arte performativa que tem como objetivo entreter o público dando a ilusão de que algo impossível ou sobrenatural ocorreu.
É difícil datar o surgimento da magia, mas foi no século XVIII que este tipo de entretenimento se implementou, com os mágicos a ganharem um protagonismo que fez deles vedetas do mundo do espectáculo. E o Museu da Magia de Valongo relata essa história até à actualidade.
Quase todos os dias chegam a este espaço “peças raras e únicas que estão espalhadas pelo mundo” e que são conseguidas, por exemplo, em licitações ou antiquários.
Miguel Gonçalves revela que, recentemente, participou num leilão promovido pela esposa de Paul Daniels, onde foi possível resgatar peças portuguesas que estavam na posse deste mágico inglês, falecido em 2016. A associação também conseguiu o mesmo feito em Nova York. É que “a magia portuguesa sempre foi muito querida no mundo”, também porque reiteradamente primamos pelo artesanal, com “aparatos pintados à mão” que eram muito valorizados lá fora”.
Para além disso, a associação acolhe também espólios de netos ou filhos que querem que o museu perpetue a história dos avós ou dos pais que foram mágicos.
De salientar que, este museu guarda “a primeira caixa de magia que existiu em Portugal, datada dos finais dos anos 60 e produzida pela Academia Portuguesa de Ilusionismo”. Todas estas peças são “verdadeiras relíquias que somadas têm um valor incalculável”. Aliás, Miguel Gonçalves diz que nem quer pensar em custos, porque, de certeza, “ficaria muito assustado”. Para além disso, reforçou com entusiasmo, “não são estes números que contam, mas “toda a história que o museu guarda”. Porque este espaço foi criado com o objectivo de perpetuar memórias e estórias que, a partir do dia 31 de Janeiro, e como num passe de mágica, estão à disposição de todos. E quando entrarmos no Museu da Magia vai parecer que as ouvimos contar na primeira pessoa.