A nova Unidade de Saúde de Campo, em Valongo, deverá abrir portas em Agosto deste ano. A informação foi avançada, esta manhã, depois de uma visita de deputados do Partido Socialista às actuais e às novas instalações.
A obra, afirmou Fernando Jesus, resolve o problema das instalações, mas não a de falta de recursos humanos, questão que o partido debateu em reunião com representantes da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte e que promete levar ao conhecimento do Governo. “A maior carência é de técnicos administrativos embora faltem um ou dois médicos. Os serviços administrativos estão a ser assegurados por técnicos operacionais”, disse o deputado socialista. O PS espera ainda que avance o processo para a constituição de uma Unidade de Saúde Familiar.
“Esta unidade de saúde sempre teve falta de recursos humanos”
A primeira pedra das novas instalações, localizadas em terreno próximo das actuais que foi cedido pela União de Freguesias Campo/Sobrado, foi lançada no final de 2016 pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo. A obra, orçada em cerca de 1,2 milhões de euros e apoiada por fundos comunitários tinha previsão de conclusão para o final de 2017, mas ainda está a decorrer.
A construção de raiz, que visa melhorar as condições físicas e funcionais para os utentes e profissionais, contempla sete gabinetes médicos, três gabinetes de enfermagem, duas salas de tratamento, uma sala de aerossóis, uma sala de saúde materna e uma sala de saúde infantil bem como todas as áreas de apoio necessárias e inerentes ao funcionamento destes módulos, desde sala de espera, zona administrativa, instalações sanitárias, vestiário, arrumos, etc.
“Esta obra resolve o problema das instalações, mas não o dos recursos humanos”, sustentou o deputado, prometendo que o PS vai questionar o Governo sobre esta matéria.
A unidade conta com uma equipa de cinco médicos, cinco enfermeiros e três elementos no secretariado clínico na carreira de assistentes operacionais, porque não há assistentes técnicos que assegurem essas funções. “Esta unidade de saúde sempre teve falta de recursos humanos. Faltam assistentes administrativos e também alguns médicos. A luta será para obter esses recursos humanos. Vamos daqui com uma missão de questionar o Governo para que se desbloqueie alguns técnicos administrativos que é preciso contratar, não só para aqui mas ao nível da ARS Norte. Há aqui carências de pessoal a nível geral”, referiu.
Por outro lado, o PS quer ver criada uma Unidade de Saúde Familiar (USF) em Campo. Já foi apresentada uma candidatura a USF modelo A em Outubro de 2015, estando, segundo a ARS Norte, o processo a aguardar até haver regularização da mobilidade de profissionais, médicos e assistentes técnicos. Um dos motivos para que não se tivesse concretizado foi a ausência de secretariado clínico.
“Foi-nos dada uma garantia de empenhamento pela ARS Norte, redobrado a partir de agora, para que a transformação desta unidade de saúde em USF aconteça a curto prazo. Não faz sentido inaugurar um centro de saúde novo com as mesmas condições de funcionamento deste centro. Ainda por cima em Valongo, pioneiro na criação de unidades de saúde familiar no país”, defendeu Fernando Jesus.
No final do encontro, também o presidente da Câmara Municipal de Valongo, que acompanhou a visita, considerou esta uma reunião proveitosa. “Saiu daqui o reafirmar de um compromisso de empenhamento por parte da Administração Regional de Saúde do Norte para, aquando da abertura das novas instalações do Centro de Saúde de Campo, apontadas para Agosto/Setembro, haver um trabalho no sentido de avançar com uma Unidade de Saúde Familiar. Percebemos que será feito um esforço para haver melhores condições. Estou convencido que vamos ganhar uma unidade de saúde familiar e vamos dar um salto grande”, disse José Manuel Ribeiro.
A vice-presidente da ARS Norte, Rita Moreira, marcou presença na visita e na reunião mas não prestou declarações à comunicação social.