O Programa Local Ambiente Saudável no Trabalho (PLAST), que tem como unidade gestora a Unidade de Saúde Pública (USP) de Paços de Ferreira, venceu o prémio Missão Sorriso. O projecto visa contribuir para o desenvolvimento das comunidades e para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores de Lousada, Felgueiras e Paços de Ferreira.
A entrega do prémio, um cheque de valor superior a 14 mil euros, decorreu esta quarta-feira.
Projecto vai arrancar em quatro empresas
O PLAST tem como objectivos contribuir para a melhoria do nível de saúde da população trabalhadora do ACES Vale do Sousa Norte e será implementado entre Setembro de 2017 e 2018.
Este programa tem como parceiros a Escola Profissional Vértice, a Escola Profissional de Lousa, a ONG Mundo a Sorrir e o ISPUP e as empresas beneficiárias desta 1.ª edição são a FixPaços, AM Classic, Recente Xadrez e Nobrand.
O programa engloba os concelhos de Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras.
O médico Francisco Pavão, da equipa do PLAST, destacou que o projecto ” PLAST” pretende ser uma iniciativa de promoção da saúde no âmbito dos estilos de vida saudáveis no local de trabalho.
O programa tem como população alvo os trabalhadores das empresas situadas na área geográfica do ACES, que é a entidade proponente do programa.
O programa prevê o estabelecimento de parcerias com entidades e instituições locais.
Segundo Francisco Pavão, o programa decorrerá num período temporal de 28 meses e é constituído por três projectos: alimentação saudável, actividade física e saúde oral no local de trabalho.
No seu discurso, o médico e responsável pela equipa do PLAST realçou, também, o apoio do Continente, responsável pela iniciativa Missão Sorriso, salientando que o envelope financeiro vai contribuir para dar visibilidade e ajudar a implementar o projecto.
O valor do apoio concedido ao projecto vencedor é de 14.732,34 euros.
Francisco Pavão atestou que o programa tem como propósitos contribuir para o aumento da literacia em saúde, melhorar os conhecimentos na alimentação saudável, fomentar a actividade física entre outros.
PLAST quer despertar consciências e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores
No âmbito do programa vão ser realizados dois inquéritos, um no início e o outro no fim, prevendo o programa uma avaliação dos parâmetros clínicos e um rastreio desta amostra populacional.
Ainda no âmbito do PLAST será criado um manual intitulado “Ser saudável, trabalhar melhor” que será entregue ao longo do período em que a equipa irá intervir. Estão, igualmente, previstas sessões de educação e promoção para a saúde nos três eixos programáticos que irão abranger, também, a saúde mental.
Na área da alimentação saudável, irá ser realizado em cada empresa um show cooking, sendo distribuída uma lancheira e uma garrafeira para promover a prática de se poder almoçar de forma saudável nos locais de trabalho.
No domínio da actividade física e da ginástica laboral, foi contratado um professor que estará junto destas empresas para promover uma correcta postura no local de trabalho.
Na área da saúde oral, pretende-se incentivar a escovagem no local de trabalho, após as refeições.
“Existem evidências científicas que confirmam que a intervenção em saúde diminui o absentismo”, assegurou.
O médico realçou, também, que não foi por acaso que o programa optou por escolher esta população, maioritariamente adulta.
“É uma população de difícil acesso porque entra em conflito com o horário laboral dos mesmos e do seu trabalho diário e que não tem o mesmo tempo para procurar os seus cuidados de saúde e o seu médico”, acrescentou.
Francisco Pavão asseverou que o PLAST pretende ser um despertador de consciências junto dos directores e responsáveis das empresas, constituindo-se como uma mais-valia de relação que pretende contribuir para melhoria de qualidade e o estilo de vida dos trabalhadores.
“A qualidade do projecto é sobejamente conhecida, funcionando este como exemplo para os restantes ACES ou unidades funcionais”
O director executivo do ACES Vale do Sousa Norte, Hugo Lopes, realçou o trabalho dos parceiros que integram este projecto, enalteceu o profissionalismo da equipa do PLAST e o impacto do programa para aumentar a literacia em saúde.
“A qualidade do projecto é sobejamente conhecida, funcionando este como exemplo para os restantes ACES ou unidades funcionais que em conjunto ou isoladamente poderão seguir este percurso”, disse.
Falando de saúde pública, Hugo Lopes revelou, ainda, que este projecto representa a essência daquela que é uma das principais componentes dos cuidados de saúde primários que é a intervenção comunitária e a promoção de saúde.
“Sabemos que nem sempre o investimento é direccionado a esta área, contudo este projecto é o reflexo da importância que este âmbito da educação comunitário tem ao nível da promoção de saúde”, anuiu, reforçando que o PLAST vai actuar, também, ao nível da mudança comportamental e na sustentação da mudança.
“São poucas as empresas e as entidades institucionais que encaram com seriedade aquele que é o conceito de responsabilidade social. Vocês fazem-no e fazem-no bem”, reforçou.
“O PLAST vai permitir abordar todos os aspectos fulcrais da saúde de quem trabalha”
O coordenador da Unidade de Saúde Pública e gestor do Programa PLAST, Fernando Diniz, defendeu que este prémio é “mais do que motivador”, vai permitir potenciar o envolvimento com a comunidade e dar ênfase à área da saúde ocupacional.
“O PLAST vai permitir abordar todos os aspectos fulcrais da saúde de quem trabalha”, confessou.
Rui Monteiro aludiu, ainda, que o Continente, nos últimos anos, tem desenvolvido parcerias com entidades que actuam na comunidade, oferecendo soluções com base nas diferentes necessidades.