Verdadeiro Olhar

Uma Oportunidade de Renovação para Paredes

Uma democracia robusta vive das tensões entre situação e oposição. Este conflito de ideias é fundamental para o crescimento e desenvolvimento de qualquer concelho. Infelizmente, não é essa a realidade que se verifica em Paredes.

O Partido Social Democrata (PSD), outrora pilar do equilíbrio político no concelho, encontra-se apático. As intervenções do líder da concelhia do PSD parecem ser apenas uma sombra do que já foram com outros líderes, destituídas de um propósito claro e inovador. Há anos que não apresenta uma ideia estrutural e de identidade para Paredes.

Alexandre Almeida, atual presidente da câmara eleito pelo Partido Socialista (PS), pode até ser recandidato. Dado o panorama atual do PSD e o seu último resultado eleitoral, apenas uma catástrofe o faria perder uma eventual reeleição.

Todos sabemos que, na política, um ano é uma eternidade, mas neste momento crucial, é imprescindível que o PSD comece a preparar o terreno para as próximas eleições. A recuperação de alguns dos vereadores perdidos deve ser o foco imediato, enquanto a disputa pela presidência da câmara deve ficar em vista para um futuro próximo, no momento em que Alexandre Almeida não puder mais ser candidato.

A política é um jogo de xadrez e a situação atual do concelho faz-nos olhar para os potenciais sucessores de Alexandre Almeida. Chegou a hora de o PSD pensar e começar a preparar um nome capaz de vencer a qualquer um dos atuais vereadores, caso algum deles venha a ser candidato.

No universo do PSD, destaca-se um nome pela sua sobriedade e trajetória: Mário Rocha. Este empresário, fundador da Antarte, não é estranho ao panorama político, tendo desempenhado o cargo de vereador em Paredes durante quatro anos. Embora a sua carreira política tenha sido mais curta do que muitos desejariam, deixou uma marca indelével no concelho.

Na altura, trouxe a sua experiência empresarial para a gestão pública. Foi durante o seu mandato que o processo da zona industrial de Baltar foi finalmente dinamizado, proporcionando um impulso necessário ao desenvolvimento económico local. Porém, o seu envolvimento não se restringiu apenas à economia. Foi sob a sua alçada que nasceu uma verdadeira equipa nacional de ciclismo.

Sob a sua liderança, foi lançado um projecto humanitário inovador denominado “Uma Fábrica Para Timor”. Esta iniciativa implicou a angariação de várias máquinas e ferramentas de carpintaria e marcenaria e a formação de jovens timorenses, culminando na instalação da primeira fábrica no território timorense. Este projeto singular valeu a Mário Rocha e ao antigo presidente da câmara municipal de Paredes, a condecoração pelo Presidente da República de Timor, José Ramos-Horta, com o Grau de Comendador desse país.

Mais recentemente, mesmo afastado da vida política, Mário Rocha manteve o seu compromisso com causas sociais. Há cerca de dois anos, de forma discreta, Rocha promoveu um projecto solidário que congregou mais de 20 artistas plásticos de todo o país para decorar as salas do Centro Materno Infantil do Porto, enriquecendo assim o ambiente para as crianças e famílias atendidas na instituição.

No momento em que o PSD de Paredes precisa de renovação, Mário Rocha surge como uma alternativa viável, com experiência e credibilidade, que poderá dar uma nova direção ao partido. Uma oposição forte e credível ajuda na governação.