Na rentrée do Partido Socialista, a deputada bloquista Mariana Mortágua afirmou que era preciso “ir buscar dinheiro a quem está a acumular”. E o que fizeram os socialistas presentes? Aplaudiram efusivamente a ideia leninista da deputada do Bloco de Esquerda. Confesso que nesse momento fiquei preocupado. Como se não bastasse ter um Governo dirigido por um Primeiro-Ministro que perdeu as eleições, agora fiquei com a certeza de que quem manda no Governo é um partido da esquerda radical.
A ideia de ir buscar dinheiro a quem está a acumular é um roubo a todos aqueles que produziram riqueza com o seu trabalho. Vejamos: quando o leitor quer construir uma casa, independentemente do seu valor, tem de pagar impostos para fazer a escritura do terreno, sobre a venda do terreno, sobre os materiais que adquiriu, ao empreiteiro que a construiu e depois o IMI correspondente à casa. Quando, depois disto tudo, ainda lhe aplicam um imposto suplementar, apenas porque, com o seu trabalho, conseguiu construir uma casa maior do que a do vizinho, estão a roubar uma parte do seu rendimento já depois de ter liquidado todos os impostos.
Dou-lhe um exemplo real: tenho uns primos que emigraram para França ainda no início dos anos 70. Trabalharam de sol a sol, em mais do que um emprego, e de segunda a domingo. Enquanto lá estiveram, foram enviando dinheiro para Portugal e construíram duas grandes casas, para eles e para os filhos. Agora, que chegou à altura de se reformarem, regressaram a Portugal para desfrutar do rendimento que conseguiram obter com o seu trabalho honesto. Parece-lhe justo que venha uma qualquer visionária advogar que lhes retirem uma parte do que, com muito sacrifício pessoal, acumularam com o seu trabalho, já depois de terem pago todos os impostos aplicáveis?
Este é apenas um exemplo dos disparates que estão a acontecer na governação do país. Não deixa de ser preocupante quando os partidos que defendem um novo PREC mandam num dos partidos fundamentais para o funcionamento do sistema democrático.
SOBE E DESCE
Sobe – Rui Carvalho
Desce – Humberto Brito