A Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa (ULSTS) celebrou um protocolo de cooperação com os Rotary Club de Penafiel e Marco de Canaveses, com vista à eliminação da tuberculose na região. A iniciativa envolve ainda representantes de vários organismos dos setores laboral e associativo.
A tuberculose continua a ser um desafio de Saúde Pública em Portugal, com os concelhos de Penafiel e Marco de Canaveses a registarem uma incidência quatro vezes superior à média nacional. O setor da extração e transformação do granito apresenta riscos significativos devido à exposição dos trabalhadores à sílica, levando ao desenvolvimento da silicose, uma doença profissional irreversível e altamente incapacitante e que expõe os seus portadores ao desenvolvimento de tuberculose, revela a ULS, em nota de imprensa.
O programa +Saúde visa a prevenção e o rastreio das doenças entre os trabalhadores da indústria da pedra, um setor em que a prevalência de silicose permanece elevada, sendo este um dos principais fatores de risco para a tuberculose.
“Este protocolo é mais um passo dado no caminho dos ganhos de eficiência na Saúde” referiu o presidente do Conselho de Administração da ULSTS, José Luís Gaspar, destacando o “trabalho inexcedível do movimento Rotary na área da Saúde” e a “imediata colaboração das autarquias e restantes parceiros” neste projeto.
O programa +Saúde inclui a realização de testes de rastreio de tuberculose infeção a todos os trabalhadores da indústria da pedra que sofram de silicose, numa intervenção que permita a “adoção de um tratamento preventivo”, como explica Sofia Sousa, médica de Saúde Pública da ULSTS e responsável por este programa.
A ideia é que estes rastreios sejam feitos pelos profissionais, aquando da realização das consultas de rotina a que os trabalhadores são submetidos anualmente, lê-se na mesma nota.
“De acordo com o projeto anterior, o Menos Tuberculose Pedreiras, estima-se que 25 por cento dos trabalhadores em atividade nas pedreiras sofram de silicose, o que se traduz em 600 possíveis portadores da doença nos concelhos de Penafiel e Marco de Canaveses”, explica a especialista, dando conta que são estes os trabalhadores com indicação para fazer o rastreio à tuberculose infeção, o chamado teste IGRA.
Verba de 6000 euros vai permitir fazer rastreio a cerca de 150 trabalhadores
De acordo com o protocolo agora assinado, os Rotary e a Rotary Foundation financiam a realização destes testes com seis mil euros, fazendo com que seja possível realizar rastreios a cerca de 150 trabalhadores, sendo o restante será custeado pela ULSTS.