António Costa anunciou também que entregará a empresa sem passivo e com uma frota renovada para que não se pense que o governo está a entregar um presente envenenado. É uma atitude correta e remete para os municípios a responsabilidade de gerir bem os recursos. Neste caso a responsabilidade maior será da Câmara do Porto pois deterá a maioria desta nova empresa intermunicipal.
Antes deste memorando e no início do ano o governo anunciara uma das medidas com maior impacto social dos últimos anos, o PART – Programa de Apoio à redução Tarifária nos Transportes Públicos.
A última medida no sector com um impacto tão revolucionário fora a criação dos passes sociais na década de 70. Esta medida tem um objetivo claro, tornar o transporte coletivo mais atrativo para que as famílias passem a utilizar o transporte coletivo em detrimento do transporte particular e assim, para além de reduzirem despesas, reduzam as emissões de dióxido de carbono. São medidas para uma mobilidade mais amiga do ambiente, economicamente mais vantajosa para o utilizador e que melhorará a qualidade de vida nas grandes cidades onde a pressão do automóvel é maior.
Para garantirmos a preservação da espécie humana neste planeta temos de tratar bem dele, como já todos ouviram dizer e como quase todos concordam, e estas medidas são essenciais. Repensar a forma como todos nós nos deslocamos é fundamental, e planear as cidades para esses novos meios de mobilidade é agora.
Em Valongo estamos sintonizados com aquilo que o governo central tem vindo a trabalhar e promover no âmbito de uma nova mobilidade. Apostar na atratividade do transporte coletivo, na utilização dos modos suaves como a bicicleta, na melhoria das condições para promoção do modo pedonal e na racionalização do transporte individual, são os objetivos do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Valongo.
Também por isso é que este ano e pela primeira vez, o município vai participar na Semana Europeia da Mobilidade, que decorre entre 16 e 22 de Setembro, com atividades diárias. Nessa semana serão inauguradas importantes obras que darão novas condições para a utilização dos modos suaves como alternativa ao carro. Principalmente para aquela deslocacao diária de percurso curto. Para quê usar o carro para fazer 1 km se o pode fazer de bicicleta ou a pé? Muitos dirão: Porque é mais rápido e mais cómodo! E é este pensamento que tem de ser combatido.
Temos um desafio pele frente e como todos os grandes desafios é primeiro preciso mudar mentalidades e hábitos.
Com a massificação do automóvel que no nosso país começa a surgir na década de 70, as cidades passam a ser pensadas para receber este novo fenómeno da mobilidade. O planeamento urbano passa a ter como base as estradas e as necessidades do automóvel. O peão não era a prioridade. Agora e por força das alterações climáticas e de uma melhor qualidade de vida nas cidades a prioridade já não deve ser o automóvel. As cidades tem de ser repensadas, mas esta nova filosofia de mobilidade não pode demorar décadas para ser implementada. Tem de acompanhar a velocidade do nosso tempo. Tudo muda muito rapidamente e os políticos que gerem os seus municípios tem de estar atentos e preparados para antecipar estas mudanças e acompanhar a sua velocidade. Nós em Valongo estamos e por aqui já começamos a mudar.