É um facto que o novo portal da Câmara Municipal de Paredes tem imagem renovada e uma maior acessibilidade à informação geral (banal) de cada uma das secções. No entanto, não é esta a informação que procura quem procura a transparência da atuação municipal.
Praticamente todos os Municípios Portugueses evoluíram na informação que prestam aos seus munícipes através do seu Portal na internet. No entanto, só alguns tiveram a coragem de abrir o jogo e de expor a informação que verdadeiramente permite aos munícipes avaliar a qualidade e a justeza da sua gestão: quanto custa, quanto gastam, como gastam, quem são os fornecedores, a quem devem, quanto devem, que projetos têm em curso, que prioridades, que adjudicações diretas, etc.. etc.. Alguns desses municípios estão bem perto de nós. Tão perto que é impossível ignorar o que fazem e como fazem. Na verdade há diferenças significativas. É uma ilusão dizer que se aumentou a transparência quando nada disto se fez. Aliás, seria estranho que assim fosse ou teria havido uma grande mudança, essa sim de anunciar amplamente.
No dia 29 de Janeiro o ”JN” revelou a existência de um relatório de uma entidade europeia de luta antifraude “OLAF” que punha em causa a gestão da Câmara de Paredes. Nessa notícia foi citado o presidente da Câmara Municipal que revelava ter conhecimento desse relatório há cerca de um ano. Apesar de ser uma importante revelação que põe em causa o bom nome do concelho, que ameaça com a possível necessidade de devolução de vários milhões de euros à Europa, que condiciona a continuidade de projetos com fundos europeus, tal informação foi sonegada aos vereadores e à Assembleia Municipal. Essa atitude de recusa manteve-se mesmo depois de ter sido formalmente exigida a sua apresentação aos vereadores e à Assembleia Municipal. Que transparência é esta? Que falta de respeito pela democracia e pelos que foram democraticamente eleitos.
No dia 13 de Março foi apresentada na reunião da Câmara Municipal de Paredes uma proposta de contrato de cedência gratuita de um terreno em troca de bem feitorias que a Camara se comprometia fazer. Os vereadores do PS legitimamente pediram informação sobre os valores envolvidos. Um negócio como este pode ser bom ou mau. Tudo depende do que foi contratado. Há que analisar. Ninguém gosta de votar sem saber os detalhes. Pois o executivo da Câmara negou fornecer os pormenores do negócio o que forçou a recusa dos vereadores do PS em votar tal proposta por falta de informação. Mesmo assim foi aprovada pelo executivo PSD.
Estes são exemplos recentes de falta de transparência na gestão da coisa pública que caracteriza a gestão da CM de Paredes. Nestas ações está implicado todo o executivo e quem o apoia. Todos as subscrevem e dela são responsáveis. Que nova energia é essa que anunciam? Nova ilusão? Não passa de mais do mesmo…