“Tínhamos obrigação de muito mais. Serei sempre o responsável e também o culpado”. Foi deste modo que o presidente do Paços de Ferreira reagiu, esta tarde nas redes sociais, à descida de divisão do clube.
“É verdade que nunca nas vitórias ou nos sucessos me deslumbrei”, diz ainda o dirigente, que assume que “quem dirige tem que dar sempre prevalência à responsabilidade de cada ato. Mesmo errando queríamos ter acertado”.
Mas Paulo Meneses não desarma e refere que “é tempo de reagir”, porque “não há tempo para lamentações”. É também altura, disse ainda, de “decisões e de dar a cara, porque seria bem mais fácil a covardia de fugir”, mas, e como refere, não se perdoaria se o tivesse feito. Recorde-se que o líder do clube foi recandidato à presidência do Paços, recentemente, apesar de a equipa já estar na eminência de descer à segunda liga de futebol.
No desabafo feito nas redes sociais, contou ainda o que um amigo lhe disse: “o meu orgulho em estar no Paços tem que ser o mesmo, seja em Londres numa competição europeia ou em qualquer parte ou estádio do país”. E “é desse orgulho que precisamos, todos juntos, para que possamos regressar aos abraços e lágrimas de alegria”, frisou o também advogado.
A terminar, deixa uma mensagem de “gratidão” e “reconhecimento” ao clube, aos jogadores e à massa associativa, porque “não mereciam”.
“Ensinou me o meu pai que ‘se queres cumprir nunca prometas’, mas também me ensinou a assumir responsabilidades e a ter ambição com dignidade e honestidade. Essas são as promessas que aqui deixo e aquelas que apenas dependem de mim”, conclui Paulo Meneses.
Também esta tarde, o técnico César Peixoto, numa conferência de imprensa disponibilizada nas redes sociais do clube, disse que o sentimento vivido no Paços de Ferreira era de grande tristeza e frustração.
“Como é óbvio, a tristeza é enorme, e de todos. Pela recuperação que fizemos na segunda volta, merecíamos pelo menos ir até â última jornada e poder estar a discutir as coisas. Foi uma manhã muito difícil, mas temos de enfrentar as coisas de frente, falando sobre elas, abertamente. Não escondo a frustração, porque, quando voltei, vinha muito confiante em que iria conseguir o objetivo”, disse o técnico.
César Peixoto não deixou, no entanto, de criticar a calendarização dos jogos, dizendo ser uma “uma falta de respeito” “pelo futebol e pelos adeptos”, porque, “uma coisa é jogarmos amanhã [domingo] todos à mesma hora e termos o estádio cheio, com emoção e a vibrar, outra coisa é jogarmos amanhã [domingo] e saber que já não atingirmos o objetivo e descemos de divisão”.
Criticas à parte, neste momento, o objetivo do treinador passa por acabar o campeonato “com dignidade”, por isso, apelou “ao orgulho, à alma e dignidade dos jogadores. Pela recuperação que fizemos, pelo trabalho, esforço, respeito que temos de ter pelos adeptos, pelo clube também, temos de ser competitivos nestes dois jogos. É só este o meu foco. Temos de cair de pé”, concluiu o técnico, na conferência que antecede o jogo com o Rio Ave. marcado para amanhã, domingo.