A polinização é importantíssima para o funcionamento dos ecossistemas, uma vez que garantem a variação genética das espécies e a sua reprodução, e para a produção agrícola.Os animais polinizadores devem ser reconhecidos como parteessencial para a sustentabilidade da produção mundial de alimentos.
As abelhas são os animais mais adaptados e eficientes no processo de polinização. Porém, as mudanças que o homem têm imposto ao seu ambiente estão a causar o desaparecimento em massa desta espécie, o que coloca em risco a produção de alimentos e a preservação de muitos ambientes naturais e das espécies que neles habitam. É importante que as pessoas percebam que a ameaça de uma crise alimentar é real e que sem abelhas, e polinização, não existirão legumes nem frutas.
Um dos outros fatores que contribui para a diminuição da abundância de abelhas é a introdução de espécies exóticas e invasoras nos ecossistemas, como é o caso da vespa velutina. Esta é uma espécie predadora proveniente da ásia e tem vindo a espalhar-se por todo o território nacional, devastando as colmeias e matando milhares de abelhas.
A propagação das espécies exóticas e invasoras é uma das principais causas da perda de biodiversidade e de degradação dos serviços de ecossistemas em toda a União Europeia (EU) e no mundo. Só na UE, o custo económico das espécies exóticas e invasoras estima-se em pelo menos doze mil milhões de euros por ano (12.000.000.000 € / ano). Já o valor económico dos serviços de polinização foi estimado em cerca de 160 mil milhões de euros a nível mundial.
Preocupada com o declínio dos insetos autóctones, a Quercus lançou em 2014 a campanha SOS Polinizadores (http://polinizadores.quercus.pt). No âmbito desta campanha, a Quercus, em parceria com o grupo Jerónimo Martins tem dinamizado, por todo o país, sessões de esclarecimento público com o tema “Polinizadores e espécies invasoras”.
Estas ações de esclarecimento têm como objetivo alertar para os perigos que a introdução de espécies exóticas pode ter nos ecossistemas e sensibilizar os agricultores, em particular, e a opinião pública, em geral, para os perigos do mau uso dos pesticidas na saúde pública e no desaparecimento dos polinizadores. Além disso, no combate a esta praga as pessoas têm dizimado as vespas e abelhas em geral, o que também contribuiu para a diminuição de espécies polinizadoras. Assim, surge a necessidade de informar e auxiliar a população a diferenciar este tipo de espécies das vespas autóctones em Portugal (vespa crabro).