O pós-revolução de abril conduziu Portugal para uma intensa e frutífera discussão ideológica. O país encontrava-se dividido entre cair nas armadilhas do sonho comunista ou de seguir de braço dado com o progressismo Europeu. Nas primeiras eleições livres após o 25 de Abril o povo foi soberano: escolheu a liberdade.
Depois de longos anos em que o Estado Novo com o seu famoso lápis azul manteve o povo entretido na sua douta ignorância, depois do 25 de abril a imprensa teve uma importância fundamental na informação e literacia do país e na forma como colocou finalmente Portugal a pensar. A maturação da democracia exigia isso mesmo: uma imprensa forte, independente e capaz de informar o seu povo de forma verdadeiramente isenta.
Contudo, e com o passar dos anos o incómodo que a imprensa causava com verdades inconvenientes sobre os (des)governos da res publica, levaram a que o poder político tentasse controlar e até mesmo manipular o jornalismo independente. Quem não se lembra das famosas e sucessivas tentativas de condicionalismo do Governo de Sócrates à imprensa?
Com o nascimento das redes sociais e com a facilidade de propagação da informação, a imprensa sofreu um certo declínio. As redes sociais trouxeram um novo paradigma de informação e de debate público. Qualquer pessoa com acesso à internet pode facilmente informar, transmitir a sua opinião e provocar debates acerca das suas próprias ideias. Ao mesmo tempo, qualquer pessoa (ou qualquer utilizador mais ou menos incógnito) pode contribuir para a desinformação através de mentiras, provocar ódios através de calúnias e criar verdadeiros embustes através de falsidades.
Ao longo dos últimos anos têm proliferado inúmeros exemplos de manipulação de informação ao nível das redes sociais. Uma manipulação com um objetivo claro: desinformar. Podemos apontar como exemplos a campanha que levou Trump a Presidente dos Estados Unidos ou a campanha do referendo britânico que culminou no Brexit.
Mas também podemos ficar simplesmente por Paredes para percebermos como funciona a desinformação das redes sociais e como funcionou, mais concretamente, na última campanha eleitoral para as autárquicas de 2017.
Meses antes do ato eleitoral páginas anónimas no Facebook foram surgindo, quase como cogumelos num tronco abandonado num bosque, com ataques violentos e falaciosos que colocavam em causa a honra e a dignidade de muitos dos jovens que abraçavam o desafio de pertencer a uma estrutura que muito me orgulho de presidir: a Juventude Social Democrata de Paredes.
Ao Carlos, o nosso médico e presidente de Junta de Cristelo, colocaram em causa a sua dedicação à medicina e, mais grave, acusaram-no de ser um médico por equivalências. Quem o conhece, e não é preciso procurarem muito, sabe o brilhante médico que o Carlos é e, mais importante, sabe o quanto dá de si à medicina e à gente da sua terra. O povo de Cristelo foi soberano e deu-lhe uma vitória esmagadora.
Ao Manel, o vice-presidente da JSD, um jovem com um percurso académico brilhante, com duas licenciaturas e um mestrado numa universidade prestigiada como a de Coimbra, acusaram-no de ser um “Boy”. Imagine-se que que cometeu o grave pecado de abraçar a causa pública e a defesa dos jovens de Paredes. Decidiu aceitar o desafio de um cargo político com o propósito de criar uma Casa da Juventude que tanta falta fazia ao concelho de Paredes. Mais grave, foi a calúnia anunciada sobre ser a moeda de troca para o apoio da JSD ao candidato Rui Moutinho. Quem conhece esta JSD conhece bem a sua independência a sua autonomia e a sua liberdade de pensamento.
À Mariana, com os seus 28 anos, Presidente de Junta de Vilela e sócia de um escritório de advogados, acusavam de forma saloia e machista de ser demasiado bonita para ser presidente de junta. Além da inveja, não encontro outra razão, que mais argumentos tinha uma oposição para a realidade: era e é a pessoa certa para liderar os destinos de Vilela nos próximos 4 anos! E não sou eu que digo: é o povo.
Fica o registo de uma campanha suja, que desinformou em vez de informar e que em nada contribuiu para o esclarecimento dos paredenses.
Quatro meses passaram e a mudança, tantas vezes repetida como palavra de ordem pela oposição, chegou ao concelho de Paredes.
Das promessas não cumpridas, como a descida do IMI ou então os medicamentos gratuitos para todas as pessoas com mais de 65 anos, passando pelas nomeações políticas feitas à medida para servir a máquina socialista e terminando na adjudicação de mais de 200 mil euros em contratos para amigos da comunicação, hoje já não interessam a essas páginas anónimas e a esses perfis sem nome.
Concordo: uma verdadeira mudança.
Sou de uma nova geração de políticos que preza a sua independência e a sua integridade. Caberá à justiça aferir da legalidade das calúnias lançadas e das mentiras apregoadas. Acredito numa justiça livre e capaz de responder assertivamente ao momento de difamação permanente e sem identidade que infelizmente vivemos.
Quanto ao julgamento político, caberá ao povo fazê-lo. A nós, PSD, cabe-nos reinventar, renovar e reaprender o que realmente é ser social-democrata. Mas, a este tema, voltaremos em breve.
Chamo-me Ricardo Santos, sou Engenheiro Informático e assumo tudo aquilo que digo e que escrevo, sem máscaras, sem perfis falsos e acima de tudo sem medo. Porque a Política e Paredes assim o merecem.