A secção de ginástica do Clube Basquetebol de Penafiel vai dispor de um ginásio, situado no Pavilhão de Santiago de Subarrifana, em Penafiel, fruto de um protocolo entre a autarquia penafidelense e o Centro Social Recreativo Desportivo e Cultural de Santiago de Subarrifana, o que vai permitir aos atletas da secção beneficiarem de melhores condições.
As obras no pavilhão iniciaram recentemente e vão permitir criar um espaço com condições únicas para a prática da modalidade.
O presidente do Clube Basquetebol de Penafiel, Sérgio Rodrigues, destacou que este era um objectivo que a secção do Clube Basquetebol de Penafiel perseguia há algum tempo.
“Desde que a modalidade de ginástica integrou o nosso Clube, em 2015, procurávamos proporcionar aos nossos atletas mais e melhores condições de treino. Fixar a prática da modalidade num espaço capaz de acolher provas e de garantir um treino mais eficiente e completo aos nossos atletas, sempre foi uma preocupação da direcção e da coordenadora do departamento de ginástica, que a Câmara Municipal de Penafiel acompanhou de perto, procurando uma solução que agora surgiu e que pretendemos aproveitar da melhor forma possível”, disse.
Ao Verdadeiro Olhar, Sérgio Rodrigues avançou que apesar das obras estarem ainda numa fase inicial, o objectivo passa por mudar para as novas instalações o mais breve possível.
“A obra será feita por fases. Temos tido a cooperação da Câmara Municipal de Penafiel bem como de uma empresa privada que disponibilizou os seus préstimos a título gratuito”
Refira-se que a secção de ginástica do Clube Basquetebol de Penafiel tem treinado no Pavilhão de Feiras e Exposições de Penafiel, num espaço que, segundo a coordenadora da secção, Paula Oliveira, não reúne as condições necessárias para as atletas fazerem um treino mais eficiente e até acolher provas e competições.
“Gostaríamos de fazer a mudança para as novas instalações o mais breve possível, mas penso que ainda demorará cerca de dois meses a tudo estar concluído de forma a receber capazmente a modalidade”, expressou o presidente, sublinhando que a obra e a aquisição de material para as novas valências terá um montante de 90 mil euros.
“A obra será feita por fases. Temos tido a cooperação da Câmara Municipal de Penafiel bem como de uma empresa privada que disponibilizou os seus préstimos a título gratuito. A obra e a aquisição do material para as novas valências rondará os 90 mil euros”, disse, sustentando que receber provas de carácter nacional e internacional implica um enorme investimento económico, pelo que, tal só se afigurará possível se mais entidades se aliarem ao clube na concretização deste projecto.
“Equipar o espaço com todos os materiais e equipamentos necessários para que possamos receber provas de carácter nacional e internacional implica um enorme investimento económico, pelo que, tal só se afigurará possível se mais entidades se aliarem a nós na concretização deste projecto. Não podemos ignorar que, podendo realizar-se tais provas em Penafiel (o que não acontece até aqui), as mesmas contribuirão de forma muito positiva para a economia local, na medida em que envolvem a permanência e circulação de um elevado número de pessoas externas ao concelho/país. Pelo que, temos a firme convicção que mais parceiros irão apoiar este projecto, contribuindo assim, para uma enorme evolução do desporto penafidelense e para um crescimento mais feliz e saudável dos nossos atletas”, acrescentou.
“À semelhança do que acontece com as demais associações desportivas do concelho, a Câmara Municipal de Penafiel já apoia o clube, quer financeiramente, quer em termos de instalações desportivas. Aliás, a transferência da modalidade de ginástica para o Pavilhão de Santiago de Subarrifana, só se afigurou possível através do protocolo celebrado entre a Câmara Municipal e o Centro Social Recreativo Desportivo e Cultural de Santiago de Subarrifana. Além disso, a Câmara Municipal encontra-se já a executar algumas das obras que se revelavam necessárias, portanto, acreditamos que continuará a apoiar-nos. Estamos profundamente gratos pela atribuição da utilização, em exclusivo, deste pavilhão e não podemos deixar de compreender que maiores contributos poderão só se afigurar possíveis no futuro”, confessou.
“Frequentemente, os atletas eram deslocados para pavilhões externos mais capazes e melhor adaptados, que permitiam a prática dos exercícios que por cá não eram de todo possíveis”
O dirigente reconheceu que com a construção do ginásio, a secção de ginástica vai passar a dispor de condições para competir com os melhores clubes desta modalidade e atingir até outros patamares.
“O clube e os pais sempre se esforçaram para proporcionar aos atletas mais e melhores condições de treino. Frequentemente, os atletas eram deslocados para pavilhões externos mais capazes e melhor adaptados, que permitiam a prática dos exercícios que por cá não eram de todo possíveis. Os nossos atletas e treinadores são muito empenhados e, portanto, apesar das limitações do treino, sempre alcançaram óptimos resultados nas provas realizadas. No entanto, as condições de que beneficiarão agora, de forma permanente, contribuirão certamente para o seu desenvolvimento desportivo e, consequentemente, os melhores resultados surgirão”, manifestou, expressando que departamento de ginástica apresenta um projecto sólido, tem aumentado o seu número de atletas, sendo que a modalidade é cada vez mais reconhecida em Penafiel pelos feitos que tem alcançado.
“Além disso, os nossos atletas têm contribuído muito eficazmente para elevar Penafiel no “mundo” do desporto. Acreditamos que esta mudança trará também mais visibilidade para a modalidade. Desta forma, esperamos e estaremos mais preparados para receber cada vez mais atletas; até porque se trata de uma modalidade muito completa e importante para o desenvolvimento físico e psíquico das nossas crianças”, declarou.
“Isto é um sonho que se vai tornar realidade que vai servir toda a região do Vale do Sousa. É quase como que o lançar da primeira pedra. Contamos com o apoio de uma empresa do Marco de Canaveses que está a fazer o fosso do ginásio, o que já é uma grande ajuda. A empresa cedeu-nos as máquinas e os funcionários da empresa estão também a colaborar gratuitamente connosco. Sem a ajuda deles não iríamos conseguir. Depois vamos esperar que outras entidades nos ajudem a cobrir o fosso. Vai ser preciso cobri-lo com esponjas especiais e trampolins e isso implica um investimento significativo que passa dos 60 mil euros e será necessário termos mais apoios, porque, caso contrário, vai ser difícil conseguirmos atingir esse objectivo”, assegurou, adiantando que o revestimento do fosso terá de ser feito por uma empresa estrangeira, uma vez que Portugal não dispõe de empresas a fazer este trabalho, sendo, também, necessário ser um fosso oficializado pela Federação Internacional de Ginástica.
Falando do ginásio, Paula Oliveira esclareceu que este equipamento será “um ginásio vocacionado para a ginástica de competição, nomeadamente ginástica artística”, avançando que o espaço será dotado com os respectivos aparelhos.
“Enquanto clube já temos os aparelhos fundamentais, alguns deles já começam a ficar um pouco obsoletos, mas acho que depois de estarmos instalados no Pavilhão de Santiago de Subarrifana é sonhar alto”, confirmou, adiantando que também o público vai passar a dispor de outras condições.
“O público também terá condições para assistir, embora a bancada seja pequena, mas para quem vai de um espaço pequeno com três metros de altura que não permitia às atletas fazer exercícios mais elaborados porque batiam com os pés no tecto, passarmos para este pavilhão, vai ser um grande avanço”, retorquiu, salientando que concretizada a execução e revestimento do fosso, será necessário transferir o material que se encontra no Parque de Feiras e Exposições para o Pavilhão de Santiago de Subarrifana.
“Esperamos que no futuro se consigam verbas para novos aparelhos, um estrado, que é um tapete de 12 por 12, um equipamento bastante caro, mas isso terá de ser feito aos poucos”, frisou, avançando que o objectivo da secção passa também por organizar provas no Pavilhão de Santiago de Subarrifana.
“Este espaço terá condições para acolher provas nacionais e internacionais. No futuro teremos que remodelar um pouco a bancada para ter mais espaço porque o espaço que existe em termos de assistência é relativamente pequeno. Se pensarmos em grandes competições teremos de fazer uma outra bancada. Neste momento, acho que temos um espaço muito bom para podermos começar. Primeiros com provas internas, depois com provas distritais”, asseverou.
“Todos os clubes que têm ginastas na primeira divisão têm fosso. Hoje em dia a ginástica está de tal forma evoluída que quem não tiver o fosso e o estrado, que é o que nos falta, não vai a lado nenhum”
Referindo-se à secção de ginástica, Paula Oliveira reconheceu que a modalidade tem vindo a crescer de forma sustentada, com alguns atletas a obterem prémios a nível nacional e até internacional.
“A Federação de Ginástica de Portugal tem muitas modalidades em termos de ginástica, esta é uma delas e está em grande expansão e é uma das mais difíceis por causa dos espaços. Um ginásio de ginástica artística só serve para ginástica artística porque os aparelhos são muito pesados e não podemos andar a arrastá-los. Este ginásio só pode ser mesmo para esta modalidade e daí existir dificuldades em os clubes conseguirem esta dinâmica. É um desporto caro. Importa, também, referir que a Federação está dividida em três grandes vertentes: os atletas internacionais, que são os que vão ao Jogos Olímpicos, que se contam pelos dedos, os da primeira divisão que também se contam pelos dedos e depois temos os atletas que estão na divisão de base que é onde está incluída a secção de ginástica do Clube Basquetebol de Penafiel e que representam a grande fatia. Neste patamar, o Clube Basquetebol de Penafiel já tem nome e temos conseguido ir várias vezes ao pódio”, consentiu, reconhecendo que com esta dinâmica, no prazo de dois, três anos a secção terá algumas ginastas na primeira divisão, salvaguardando, no entanto, a necessidade de se revestir o fosso e garantir os tais apoios.
“Todos os clubes que têm ginastas na primeira divisão têm fosso. Hoje em dia a ginástica está de tal forma evoluída que quem não tiver o fosso e o estrado, que é o que nos falta, não vai a lado nenhum, digamos assim. Estou a falar de provas internacionais de grande gabarito porque enquanto clube já levamos as nossas ginastas a provas no estrangeiro. Obviamente não estamos a falar de campeonatos da Europa, do Mundo nem aos Jogos Olímpicos”, referiu, esclarecendo que além das condições logísticas, as atletas para integrarem a selecção nacional têm que fazer um trabalho diário de três a quatro horas.
“O que é difícil na estrutura do nosso país. A estrutura escolar do país não permite este tipo de trabalho e, por isso, só mesmo as ginastas com muitas condições podem suportar isso. Primeiro teremos de ter o espaço e depois pensarmos noutros patamares. Teremos de criar as condições logísticas depois quer os atletas, quer os treinadores têm de ter muitos apoios. E não é um clube da nossa região que conseguirá suportar isso. Estamos a fazer um trabalho gradual, mas acredito que vamos chegar ao nível de ginásios como o Ginásio Clube Português ou Sport Clube do Porto, com 200/300 anos”, atalhou.
“Espero que com a mudança para este espaço, com a tal dinamização, o revestimento do fosso conseguiremos atrair mais ginastas e treinadores porque esta é uma modalidade difícil, muito técnica, específica, que exige técnicos devidamente credenciados”
Questionada sobre o número de atletas que integram a secção, Paula Oliveira contou que a ginástica tem perto de 80 atletas oriundos de Paredes, Penafiel, Lousada e Paços de Ferreira.
“Espero que com a mudança para este espaço, com a tal dinamização, o revestimento do fosso conseguiremos atrair mais ginastas e treinadores porque esta é uma modalidade difícil, muito técnica, específica, que exige técnicos devidamente credenciados. As nossas melhores atletas treinam de segunda a sexta-feira, das 18 às 21h00 e estamos na divisão base. Imagine-se o que é passar para a primeira divisão? Teremos que fazer treinos bi-diários, tem que haver outro tipo de esforço, disponibilidade dos treinadores porque os treinadores não vivem da ginástica, a ginástica não é um suporte de vida. Tem que haver um outro tipo de estrutura para aguentar estas bases. Agora, estou convencida que existindo ajuda iremos conseguir”, rematou, apontando que a secção tem, igualmente, como metas manter o nível, e ir, pelo menos, a duas provas internacionais.
Paula Oliveira apontou, também, a necessidade de continuar a dinamizar a alargar ginástica adaptada e os Special Olympics.
A coordenadora da secção de ginástica recordou, a este propósito, que três deles já foram a campeonatos da Europa e do Mundo, já estiveram nos Estados Unidos, no Dubai, sendo meta da secção estar presente daqui a dois anos nos mundiais de Berlim, na Alemanha.
“Depois de nos transferimos para o Pavilhão de Santiago de Subarrifana queremos trazer mais jovens com outro tipo de handicaps para fazer ginástica connosco e dinamizar a área do Special Olympics”, garantiu.