Foi este o seu primeiro reconhecimento da justeza do catolicismo, num processo que culminou na sua conversão, como contam num livro encantador em capítulos que Scott e Kimberley escreveram alternadamente. “Rome sweet home” em Inglês, o livro foi traduzido em Portugal sob o título “Todos os caminhos vão dar a Roma”. A edição em papel está esgotada, mas existe uma tradução brasileira na forma de “e-book”.
Outro passo no caminho da conversão foi dar conta de que não tinham fundamento os dois princípios basilares da reforma protestante: sola Scriptura e sola fide. O primeiro afirma que e Sagrada Escritura é o único veículo infalível da revelação. Numa aula que Scott dava, um aluno perguntou-lhe onde é que a Escritura afirmava tal coisa. Ficou atrapalhado, não respondeu e depois em casa as suas pesquisas não encontraram resposta satisfatória; como não lha deram tão-pouco dois grandes especialistas protestantes com quem debateu o assunto. O princípio da sola fide, segundo o qual a justificação se consegue exclusivamente pela fé, depara com a oposição da própria Escritura, como no hino à caridade de São Paulo que afirma: ainda que eu possua a plenitude da fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. Ou em São Tiago: Assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.
Em 1985, Scott prometera à mulher que se viesse a converter-se ao catolicismo, tal não aconteceria antes de 1990. No entanto, passado algum tempo, pareceu-lhe que adiar a obediência a Deus era já uma desobediência e pediu à mulher que o desobrigasse da promessa. Muito contrariada, acedeu ao pedido, Scott converteu-se antes da data prometida, a qual veio a ser precisamente a da conversão de Kimberley! Podem ver-se na Internet os atuais cargos deste casal, que agora rondam os cinquenta e tal anos de idade .
Um dos últimos obstáculos que superaram foi aceitarem a devoção católica à Virgem Maria. Numa fase em que Scott se debatia com a questão, um amigo protestante desafiou-o a justificar essa devoção. Veio-lhe de repente ao espírito considerar que Jesus cumpriria escrupulosamente o quarto Mandamento de honrar pai e mãe e certamente que ficaria contente por os cristãos o imitarem. E acrescentou que o termo original se poderia traduzir por “glorificar”, mais do que “honrar”. Além disso, o louvor à Mãe de Jesus tem um apoio sólido na própria Escritura, em obediência à profética afirmação do Magnificat: Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada… Termino com uma deliciosa experiência mariana de Kimberley, pouco antes da sua conversão. Viu sair de uma igreja católica uma pequerrucha a choramingar. Perguntou-lhe o que se passava e ela respondeu que se tinha confessado e lhe faltava cumprir a penitência. Aconselhando-a a fazer isso mesmo, a pequenita disse que não se lembrava da oração da penitênca – a Ave-Maria! Kimberley engoliu em seco e enunciou a oração que a pequenita foi repetindo. Quando terminaram, diz a petiza: “duas vezes!”. A solícita protestante repetiu a proeza e diz no seu livro que a maioria das pessoas certamente não se lembra da primeira vez que rezou a Ave-Maia, mas que ela se lembra muito bem.