A Santa Casa da Misericórdia de Penafiel comemorou, na quinta-feira, o 510.º aniversário com a admissão de sete novos irmãos e com projectos em vista para o futuro.
A admissão e o juramento dos novos irmãos foram realizados durante a cerimónia eucarística, presidida por um dos bispos da Diocese do Porto, Armando Esteves Domingues, na Igreja da Misericórdia, que se encheu de elementos da instituição, personalidades do município e alguns utentes. O acompanhamento musical, através de cânticos gregorianos, foi realizado pelo Coro Masculino da Igreja da Lapa (Porto).
Armando Esteves Domingues agradeceu o trabalho prestado por aqueles que “mantêm a instituição de pé” e sublinhou o facto de a Santa Casa ajudar a alcançar o modelo de felicidade proposto pelo pontificado do papa Francisco.
“Basta entrar numa casa como a Misericórdia onde crianças, idosos e frágeis são a razão de ser de todo o trabalho humano para desaparecer mal entramos na porta aquela pressa que temos em saber para onde corremos, aquela ilusão de ter que não sabemos para quê e aquela indiferença. Entrar nessa porta faz-nos ter misericórdia, esse sentimento de compaixão despertado pela desgraça ou carência alheia – misericórdia que significa com paixão no coração, sentir aquilo que a outra pessoa sente, ser solidário”, explicou.
Para o provedor desta instituição, Júlio Mesquita, só com “muito esforço, muito sacrifício e muita vontade de trabalhar” é que têm vindo a “fazer no dia-a-dia um sem número de coisas que eram realmente necessárias”.
Descreveu a Santa Casa como uma instituição “que está sempre em movimento, não pára” e sublinhou ao Verdadeiro Olhar a formulação dos lares, as obras na Igreja da Misericórdia (terminadas no ano passado) e o facto de terem posto novamente a trabalhar o órgão de tubos inactivo há cerca de 70 anos como algumas das concretizações que marcam a história.
Durante a eucaristia foi também referido que são 220 as famílias integradas num programa em parceria com a Segurança Social que permite entregar o Rendimento Social de Inserção.
Para o futuro, o provedor aponta a unificação das quatro cozinhas como um objectivo a cumprir em breve e a reconstrução de prédios destinados a renda acessível, localizados junto à Igreja Matriz. “Estão praticamente desocupados, mas estão muito deteriorados, precisam de obras de fundo. Julgamos que, para o ano, talvez se dê o pontapé de saída dessa reconstrução”, afirmou Júlio Mesquita.