Todos os anos, e já lá vão décadas, que, para nós, como para a maioria dos portugueses esta é a altura de regresso à normalidade, que é como quem diz: voltar ao trabalho.
As férias, cada vez mais e ao contrário do que imaginávamos, começam a transformar-se em meras rotinas que sempre quisemos evitar. Isto de andar a trabalhar onze meses num ano para depois “gozar” as férias nos mesmos sítios e com as mesmas pessoas torna-se tão repetitivo que, a dada altura, já só pensamos no regresso ao trabalho, e, não evitando isso, até os períodos de descanso se transformam numa jornada que cansa tanto ou mais do que o tempo em que durante onze meses ansiamos pelos trinta dias. Os de agosto, preferencialmente.
E se esta forma e fórmula de passar o mês de agosto desta maneira é coisa que há muito evitamos, dentro do possível, já o mesmo não podemos dizer das “maleitas” que vamos encontrar quando regressamos ao trabalho.
Convém, portanto, fazer o balanço do que se passou e tentar perspectivar o que, no curto prazo teremos de enfrentar.
E se as rotinas dão cabo de nós, um país cheio de vícios, como o nosso, não nos deixa muito espaço para sonhar.
Que esperança conseguimos somar? o que podemos fazer para além da inércia a que a esperança nos remete? o que faremos então?
A guerra na Ucrânia parece não ter fim, a inflação sobe como há muito que não se via e teima em manter-se alta, mais uma vez os salários vão ficar aquém da inflação, o SNS está um caos,o buraco da TAP continua sem fundo, as reformas vão levar cortes e, vejam só,até a eterna rainha morreu.
Fiz também o exercício contrário. O que melhorou do ano passado para este? Não me ocorreu o que quer que fosse.
Às nossas rotinas, juntamos as rotinas do país em que vivemos em que amamos.
Que podemos fazer por país. Que podemos fazer pela nossa terra? Que podemos fazer pelos outros? Que podemos fazer por nós?
Afinal e apesar de “aos costumes” acrescentarmos nada, não será por isso diminuem os desafios a enfrentar- uns mais do que outros- e, sobretudo, não nos bastará a esperança. Esperar pode gerar inércia.
Urge fazer.