Esta fotografia de Guadalupe em 1932, com a amiga que pilotava o avião, é o símbolo perfeito de uma rapariga aventurosa e independente. Também existem imagens dela na universidade, no laboratório em que investigava e na época do doutoramento, ou mais tarde quando dava aulas. Existem fotografias de Guadalupe a divertir-se com amigas em várias cidades do mundo onde viveu. Existe uma fotografia dela, sorridente, sentada no cimo da torre da granja mexicana de Montefalco, então em escombros, que recuperou para um extraordinário trabalho de promoção social dos camponeses da zona. Pelo interior dessas terras mexicanas, foi mordida por um lacrau e esteve às portas da morte. Quantas andanças e experiências radicais!
No entanto, a razão que levou o Papa Francisco a decretar que Guadalupe fosse beatificada neste sábado, 18 de Maio de 2019, passa desapercebida nas fotografias. A razão é que Guadalupe foi santa. Mulher de oração intensa, no meio das peripécias da vida, também nos trabalhos profissionais e nas relações de amizade. No início de 1944, Guadalupe deu-se conta de que Deus a chamava a santificar-se dessa maneira, sem nada de especial, procurando servir os outros e transformando cada momento numa contemplação enamorada de Deus. Esta vocação à santidade concretizava-se em ser do Opus Dei e Guadalupe aceitou tudo o que Deus lhe pedia.
A sua vida não podia ter sido mais simples, nem mais intensamente feliz. O processo de canonização iniciou-se poucos anos depois da morte, a pedido de milhares de pessoas que a conheceram e de muitos bispos de vários países do mundo que, de uma forma ou de outra, tiveram contacto com ela. Seguiram-se todos os passos usuais, examinou-se cuidadosamente o milagre requerido pelo Direito Canónico para a beatificação e tudo culminou com a cerimónia de beatificação, neste sábado, por decisão do Papa Francisco.