A propósito do meu editorial do passado dia 22 de Maio, com o título “PSD de Paredes: quem vem lá?…”, que tratava das próximas eleições concelhias daquele partido, o candidato Ricardo Sousa decidiu dirigir-me uma “carta aberta” na sua página de candidatura, manifestando descontentamento pelo texto em causa e acusando-me, entre outras coisas, de tentar “apequenar os candidatos”. A sua contra-argumentação merece-me os seguintes comentários:
- O PSD governou o concelho de Paredes nos últimos 24 anos. Não raras vezes, quando se realizavam eleições internas aconteciam disputas violentas entre os candidatos à liderança;
- Durante os 24 anos em que o partido esteve no poder, existiam mais candidatos do que lugares disponíveis e era fácil encontrar entre os militantes dezenas que se achavam bem mais capazes de exercer o cargo do que quem de facto o exercia;
- Durante os últimos oito anos, foram muitos desses ilustres militantes que contribuíram para a má reputação do PSD, bem mais do que alguns erros cometidos por quem geriu os destinos do concelho;
- Nos últimos quatro anos, com maior incidência no último ano antes das eleições autárquicas, muitos desses potenciais candidatos contribuíram mais para a derrota do PSD do que o próprio PS;
- Por tudo isto, não se compreende que numa altura em que podem chegar à presidência do partido, tão ambicionada noutras alturas em que estava no poder, esses militantes se refugiem em desculpas esfarrapadas para não avançarem;
- Estranhar que o maior partido do concelho em número de militantes e o segundo mais votado não tenha mais candidatos, após 24 anos no poder, do que um ilustre desconhecido e o líder da JSD não é “apequenar os candidatos”, é constatar uma triste realidade;
- Sobre os dois candidatos, parece-me de elementar justiça dizer que, embora seja muito jovem e, provavelmente, sem a maturidade nem a capacidade de liderança de que o partido necessita, o Ricardo Santos não pode ser colocado no mesmo patamar do Ricardo Sousa. É que enquanto o primeiro percorria as ruas do concelho ao lado do candidato do PSD, mobilizando jovens e a fazendo campanha eleitoral, o segundo, para além de não ter aparecido em nenhuma acção de campanha, reunia-se com o líder do CDS-PP. Aparentemente, não seria para tratar da vida do PSD…