Hoje, foi inaugurada mais uma exposição da Capital do Móvel. Certamente a mais pobre de todas as realizadas até hoje. Os apenas dois pavilhões de área de exposição têm espaço de sobra para receber os expositores desta feira. Depois de percorrer o espaço do certame, constatamos que uma parte significativa das empresas não é sequer de Paços de Ferreira.
Mas se a pobreza da feira escandaliza e entristece quem já passou por lá noutros tempos não muito distantes, o discurso do Secretário de Estado da Industria, desfasado da realidade, deve ter chocado os poucos empresários presentes. Se até agora os governantes davam Paços de Ferreira como exemplo de inovação e empreendorismo, o Secretário de Estado da Industria optou por vir dar lições de inovação, aconselhando os empresários a investir no design e a recorrer ao comércio online, ignorando os prémios internacionais que algumas empresas da região têm ganho na área do design.
Os últimos anos têm sido dolorosos para a Capital do Móvel: não há quem queira assumir a direcção da associação empresarial, a feira tem cada vez tem menos visitantes, tem cada vez menos expositores e a Câmara Municipal tem, aos poucos, alienado o espaço de exposições, num sinal claro de fim de linha.