A Recivalongo, que explora o aterro de Sobrado, já reagiu às declarações proferidas pelo presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, esta segunda-feira, que afirmou estar preocupado com a possibilidade de a empresa de gestão de resíduos efectuar descargas para a Ribeira do Vilar, localizada a jusante do aterro de Sobrado e da Estação de Tratamento de Águas Lixiviantes (ETAL).
Em comunicado, a empresa que actua no sector da gestão de resíduos, referiu que as declarações do presidente da Câmara Municipal de Valongo “são falsas”.
“Perante o alarme social causado pelo Presidente da Câmara Municipal de Valongo na comunicação social, a Recivalongo informa que: as declarações do Presidente da Câmara Municipal de Valongo são falsas, como poderão confirmar todas as entidades licenciadoras e fiscalizadoras a quem a Recivalongo vem prestando informação de forma regular, proativa e adequada”, refere a empresa.
De acordo com a Recivalongo, a empresa “nunca efectuou nem prevê realizar qualquer descarga de lixiviados para o meio hídrico”.
“ Por incapacidade das Águas de Valongo, a Recivalongo tem desde 2017 um contrato com as Águas do Norte para o tratamento de lixiviados. Para evitar a acumulação de lixiviados no aterro do Sobrado, estes têm sido deslocados via camiões até ao destino de tratamento, nas Águas do Norte, pelo que as acusações feitas pela autarquia de Valongo não fazem qualquer sentido”, lê-se na nota.
A empresa recordou que a multa referida pelo autarca de Valongo está neste momento em fase de contestação por parte da Recivalongo.
“De igual modo, a multa referida pelo senhor Presidente da Câmara Municipal de Valongo está neste momento em fase de contestação por parte da Recivalongo uma vez que os fundamentos que a originam são falsos. Não só é falso que a Recivalongo tenha feito tal descarga, como o Presidente falta à verdade quando diz que a multa diz respeito a uma descarga para a ribeira de Vilar, contradizendo o próprio auto da Câmara Municipal, que refere descarga para o colector municipal”, alude o comunicado.
“A Recivalongo tem prestado toda a colaboração e informação no âmbito da Comissão de Acompanhamento constituída pela Agência Portuguesa do Ambiente, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Norte, a Administração Regional de Saúde do Norte e a Câmara de Valongo. A Recivalongo repudia as falsas declarações prestadas pelo autarca de Valongo, tendo já tomado as medidas necessárias do ponto de vista jurídico para proteger o bom nome da empresa”, informa a empresa.
“a empresa foi alvo de mais de 20 acções de fiscalização em 2019, tendo demonstrado a total conformidade em todas as vistorias. A Recivalongo obedece às melhores práticas da sua actividade, contribuindo para a Economia Circular”
A unidade realçou, também, que trata os resíduos de mais de mil empresas da região desde 2012 e está devidamente licenciada para o exercício das suas actividades cumprindo com todos os requisitos legais e normativos.
“Os seus sistemas de gestão da qualidade e gestão ambiental encontram-se igualmente certificados. Adicionalmente, a empresa foi alvo de mais de 20 acções de fiscalização em 2019, tendo demonstrado a total conformidade em todas as vistorias. A Recivalongo obedece às melhores práticas da sua actividade, contribuindo para a Economia Circular. A empresa manterá a transparência e cooperação que têm caracterizado o seu relacionamento com o Governo e as entidades licenciadoras e fiscalizadoras. A Recivalongo reitera o seu compromisso com a comunidade local ouvindo as opiniões genuínas da população e cumprindo escrupulosamente com todos os requisitos legais e normativos”, avança o comunicado.
Refira-se que o chefe do executivo da Câmara de Valongo, nas declarações que proferiu aos jornalistas, considerou que a Ribeira do Vilar “é um curso de água intermitente, com um regime de caudal irregular…”.
O autarca considerou, também, que o aterro da Recivalongo produz cerca de 100 m3/dia de lixiviado, “um volume incomportável para a linha de água em questão”, tendo salientado que “o poder poluidor das águas lixiviantes e a possível “abertura” para descarga em meio hídrico, constituem um sério e elevado risco quer para a população de Sobrado”.
Além do presidente da câmara municipal, a iniciativa, que decorreu nas imediações do aterro de Sobrado, contou com vários elementos da Associação Jornada Principal e várias dezenas de populares que voltaram a exigir o encerramento do equipamento.