Verdadeiro Olhar

Raquel Moreira da Silva e Francisco Leal podem ser expulsos do PSD

Está em curso um processo interno no PSD Paredes que visa a sanção disciplinar de todos os militantes que integraram listas contra o partido nas últimas eleições autárquicas.

No total são 14 os nomes indicados pela estrutura concelhia ao Conselho de Jurisdição Distrital do PSD.

Entre os nomes destacam-se o de Raquel Moreira da Silva, candidata à presidência da Câmara Municipal de Paredes pelo Movimento Positivo por Paredes, e de Francisco Leal, eleito nas listas do PS e actual vice-presidente da Câmara Municipal de Paredes, ou ainda de outros históricos do partido, como Camilo Mota.

“Os estatutos do PSD dizem que os militantes que sejam concorrentes em listas opositoras ao PSD podem ser expulsos. Os estatutos são claros. Isto não é uma caça às bruxas. Mas quem não está bem neste partido não deve ser militante deste partido”, sustenta Rui Moutinho, presidente da comissão política do PSD Paredes. “Uma coisa é luta interna do partido, outra diferente é não se reverem nos ideais do partido. Se isso acontece devem pedir a desfiliação”, defende.

Por isso, na reunião da concelhia de 12 de Outubro foi deliberado, “por unanimidade”, solicitar ao Conselho de Jurisdição Distrital a instrução de processos disciplinares a Francisco Manuel Moreira Leal; Maria Raquel Machado Moreira da Silva; Liliana Salomé Neto de Barros; Ilídio da Silva e Sousa; Orlando Luís de Sousa Ferreira; Alda Ferreira Rosendo Moreira; Álvaro Ferreira de Almeida; António do Couto Ferreira; Tito Herculano Lopes Cepeda; Vítor Emanuel Caldas Pinto de Sousa; Marta Sofia Nunes Barbosa; Camilo Alves da Mota; Maria de Fátima da Silva Rocha; e José Fernando de Sousa Moreira.

A missiva endereçada ao presidente do Conselho de Jurisdição Distrital, Alberto Santos, datada de 27 de Novembro, pede que sejam cumpridos os estatutos e o regulamento de disciplina do partido que prevêem que “constituem infracções disciplinares as violações dos deveres dos militantes”. Entre esses deveres está o de não se candidatarem “a qualquer lugar electivo do Estado ou de autarquias locais sem autorização do competente órgão do partido”.

O Verdadeiro Olhar questionou a presidente da comissão política do PSD Penafiel, Susana Oliveira, para perceber se esta estrutura concelhia teria em curso processo idêntico, já que nas autárquicas de Outubro o social-democrata Mário Magalhães liderou uma candidatura contrária à apoiada oficialmente pelo PSD, a da coligação Penafiel Quer. Susana Oliveira não esclarece, dizendo apenas que “trata-se de um assunto do foro interno do partido”.