A competição é saudável e todos os pais querem apenas uma coisa: fazer o melhor pelos seus bebés. Mas isso não afasta a vontade de ganhar a Gincana de Fraldas – Super Pai lançada pelo serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Padre Américo, em Penafiel, para assinalar o Dia do Pai.
A pequena Lara tinha nascido há apenas uma hora quando o pai se aventurou a trocar-lhe, pela primeira vez na vida e pela primeira vez como pai, a fralda. “Dragão que é dragão quer ganhar”, ia comentando na brincadeira Tiago Ferreira. “Isto está bem assim”, perguntava enquanto a mãe olhava embevecida e as enfermeiras o incentivavam. “Quero uma taça ou uma medalha pelo menos”, referia o lousadense. Acabou por ficar em terceiro lugar. “Vou treinar e para o próximo ano vou ganhar”, deixou como garantia.
Os participantes não foram muitos, mas o objectivo da iniciativa cumpriu-se pelo segundo ano consecutivo. “Queremos chamar a importância para o papel do pai, reconhecer o valor da presença deles e chamá-los para os cuidados do bebé. Há muitos receios em lidar com os bebés, sobretudo quando é o primeiro filho”, explicam as enfermeiras Joana Machado, Cristina Couto e a enfermeira chefe Clara Montenegro.
“Foi a primeira vez que troquei uma fralda e correu bem”
Durante a prova, as enfermeiras avaliaram se os pais eram rápidos, mas sobretudo se seguiam todos os procedimentos indicados na muda de uma fralda.
Paulo Ricardo Rosa, de 22 anos, foi o grande vencedor por conciliar os dois critérios. O jovem do Marco de Canaveses e Lara Fernandes foram pais de uma menina chamada Luena, que tem apenas dois dias. “Fez tudo direitinho”, diz a mãe. “Mesmo a fazer com calma ganhaste”, brincava, dizendo acreditar que Paulo a vai ajudar muito na troca de fraldas lá em casa.
“Foi aquela tensão de estarem pessoas a ver, mas é fácil”, relata Paulo Ricardo Rosa que trocou pela segunda vez a fralda à filha. “Fui aprendendo a ver a minha mulher a trocar. Já tinha trocado muitas fraldas ao primeiro filho, mas não se compara a uma bebé assim pequenina”, confessa.
Sobre a competição foi apanhado de surpresa. “Perguntaram-me se queria concorrer e decidi que sim”, sintetiza. Também a vitória foi inesperada. “Não é todos os dias que se ganha alguma coisa. Não estava à espera de ganhar. Participei mesmo para competir e divertir-me”, confessa o jovem.
Em segundo lugar ficou Paulo Valente, de Baião, que realizou a prova sob o olhar atento da mãe do pequeno Santiago, Márcia Valente. “Fiquei em segundo, correu bem. O Santiago ajudou”, explica o pai de primeira viagem. “É sempre bom aderir às iniciativas para ajudar a descontrair o ambiente no hospital e assim também ficamos a saber mudar uma fralda melhor”, acredita.
Paulo Valente já mudou muitas fraldas ao irmão mais novo, agora é altura de recordar. “É só seguir as regras não é preciso grandes truques. Fiz as coisas descontraído e devagar. Não estava à espera de ficar em segundo”, conta.
Num dos próximos anos não exclui a hipótese de voltar para tentar ganhar “a taça”. “Tenho é que acertar no Dia do Pai outra vez”, brinca.
A completar o pódio ficou Tiago Ferreira, de 24 anos. Lara é a primeira filha dele e de Maria Barbosa, de 22 anos, ambos a residir em Lousada. “É a primeira de muitas filhas. Foi a primeira vez que troquei uma fralda e correu bem”, garante o pai. “Estava tão nervoso lá em baixo, não imaginava que ia trocar fraldas hoje”, confessa o jovem, que não esconde que quando joga “é para ganhar” e que “a mãe querendo” para o ano volta para tentar disputar a taça.
O clima de descontracção vai de encontro ao pretendido pelas responsáveis do serviço, que querem acabar com os medos dos pais em lidar com os bebés e prepará-los para a vida familiar em casa. “A maioria das pessoas nunca lidou com um bebé, porque as realidades familiares são agora diferentes, e o período de internamento serve para treinarem antes de irem para casa”, referem.