Os eleitos do PSD voltaram a usar o púlpito, na última Assembleia Municipal, a primeira deste mandato, para pedir maior “defesa e preservação” da Citânia de Sanfins, em Sanfins de Ferreira.
Abílio Fernandes criticou a limpeza efectuada, referindo que “apenas se limpou a entrada deixando todo o resto”, e a queima de sobreiros nas imediações, um “crime ambiental”, perguntando se foram identificados os autores.
Depois de uma visita do PSD, em Março deste ano, em que foi defendido pelos social-democratas que a Citânia estava “ao abandono”, “imediatamente se anunciaram investimentos para a obra de requalificação do núcleo habitacional”, lembrou o eleito do PSD. “E rapidamente se iniciaram as obras, mas infelizmente foi sol de pouca dura. Passados oito meses as obras pararam no tempo, nunca mais se viram por lá os trabalhadores e os materiais de construção continuam por lá espalhados no chão, já com sinais de desgaste do tempo e sem qualquer tipo de sinalização de obras a decorrer ou paradas, tornando-se o local perigoso para quem visita este núcleo habitacional”, apontou.
Deixou, por isso, questões: “Porque não se concluíram as obras, de quem é a responsabilidade? Do empreiteiro, da câmara? A obra não está de acordo com o permitido por lei? Qual o investimento total dessa requalificação? Quando será concluída obra?
O presidente em exercício, Paulo Ferreira, sustentou que a Citânia foi alvo de um conjunto de operações de limpeza e manutenção, como tem sido habitual ao longo dos anos. “Não deve querer que seja lá plantada relva e que ande alguém a cortá-la todos os dias”, ironizou, acrescentando que “a manutenção que é feita naquela estrutura é minimalista”. O vice-presidente da autarquia referiu ainda que não há “indicação nem de suspeitos nem de autores de nenhum incêndio”, nem essa é uma competência da Câmara.
Sobre as obras, deixou a garantia que o seu início não esteve ligado à passagem do eurodeputado Paulo Rangel pelo local. “Quanto ao núcleo familiar que está a ser requalificado as obras vão continuar. Tem acontecido os trabalhos sofrerem interrupções, por todo o país, porque as empresas têm muito serviço e têm havido atrasos na conclusão das obras”, justificou. “Serão concluídas e não estamos a violar nada, as intervenções são legais, pode estar tranquilo”, respondeu a Abílio Fernandes.
Paulo Ferreira adiantou ainda que foi aprovada recentemente uma candidatura para a Citânia de Sanfins, “para um conjunto de intervenções”, mas lembrou que estes processos “levam sempre tempo”, não especificando qual a meta da intervenção.
“Quando não se faz, há sempre um fundo comunitário à espreita e também há sempre um culpado, neste caso o empreiteiro. A nossa câmara municipal não quer saber da nossa Citânia”, replicou Abílio Fernandes.