Uma nova ligação rodoviária entre Paços de Ferreira e Santo Tirso, com uma extensão de “sete a dez quilómetros”, é um dos projetos que as concelhias do PSD de ambos os municípios pretendem ver na região.
Apesar de esta ser uma ideia a incluir no caderno de encargos do partido nas próximas eleições autárquicas, os líderes laranja já fizeram chegar esta ideia junto das respetivas autarquias, lideradas pelo PS, e o próximo passo será levá-la ao Governo, através dos seus representantes na Assembleia da República.
Este futuro ‘Eixo Sousa-Ave’, como o PSD já o batizou, foi apresentado esta tarde, aos jornalistas, numa conferência de imprensa que decorreu na Rua de Fiais, entre Penamaior, Paços de Ferreira, e Monte Córdova, Santo Tirso, e promete “beneficiar a economia local, promover o bem estar e estimular o dinamismo das atividades comerciais da região”, sublinharam os lideres partidários.
Pelo lado do PSD de Paços de Ferreira, Alexandre Costa não tem dúvidas em afirmar que esta via vai representar “um aumento, não só da qualidade de vida das pessoas, mas também dos seus rendimentos”, porque ambos os municípios, “além de uma ligação territorial e económica, têm uma união cultural e familiar, fruto da sua proximidade”.
Para o líder da concelhia pacense urge “apostar na qualidade de vida das pessoas” destes dois territórios, que envolvem “56 mil habitantes de Paços de Ferreira” e “68 mil de Santo Tirso”, sendo certo que, a estrada que existe “não corresponde às atuais necessidades”, para além de promover o afastamento dos centros urbanos de freguesias como Penamaior, Meixomil e Seroa.
Ricardo Pereira, líder do PSD de Santo Tirso, confirmou as “raízes históricas e familiares entre os dois concelhos”, por isso confirmou a necessidade de “melhorar a mobilidade”. E esta é a altura certa, porque “não podemos deixar fugir os fundos comunitários”. Apesar de reconhecer que este projeto já não deverá ser executado ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas pode ser feito no âmbito do Plano de Recuperação Económica 20/30″, com o qual “Portugal tem a oportunidade de fazer obras grandiosas que venham a transformar a vida das pessoas”.
Este novo eixo, que surgirá desde a nacional 105, vai ainda “potenciar ‘clusters'” nas áreas do “têxtil, plásticos, madeiras e metalomecânica”, indústrias predominantes neste dois concelhos, sublinhou Alexandre Costa, acrescentando que é preciso “eliminar barreiras e aproveitar a economia de fronteira”, de forma a permitir um “aumento da produtividade e dos salários”, frisou.
“Não queremos destruir a natureza”, mas “potenciar as duas regiões através da criação deste eixo, entre o Ave e o Sousa”, concluiu Ricardo Pereira.
A confirmar os constragimentos de mobilidade entre Paços de Ferreira e Santo Tirso estava o presidente da Junta de Meixomil, Serafim Leal, que contou que circula por aquela via de ligação muitas vezes e que “o acesso é muito complicado, sobretudo para os camiões”. E se as ligações entre localidades “não forem boas, estas ficam paradas no tempo, não se desenvolvem, que é o que acontece com algumas freguesias”.
Também Manuel Ribeiro, autarca da freguesia de Penamaior, lamentou as atuais vias existentes, que não satisfazem as necessidades das populações locais. “Todos os dias muitos penamaiorenses fazem este trajeto que é mau e apertado. No inverno é ainda mais complicado”, explicou, acrescentando que esta nova traria “desenvolvimento”, não só à localidade que representa, mas a “toda a região”.