Verdadeiro Olhar

PSD Paços de Ferreira voltou a defender ciclovia na Via do Poder Local

Imagem: Google Maps

O PSD Paços de Ferreira voltou ao tema da ciclovia na Via do Poder local, na última Assembleia Municipal.

A bancada social-democrata, pela voz de José Costa, apresentou uma proposta, defendendo a substituição do projecto da EN 207 para a Via do Poder Local.

No dossier que foi apresentado está referida a intenção do PSD alterar este investimento para aquele local ou outra alternativa a avaliar tipo junto ao rio Ferreira, a unir Paços a Freamunde, justificando as varias situações negativas que o traçado aprovado tem para a população do concelho assim como do comercio e fabricas existentes na EN 207.

Os sociais-democratas solicitam também uma correcta avaliação das eventuais negociações e expropriações que serão efectuadas de forma que a obra se inicie apenas após a resolução destas questões para que a população do concelho não venha a ficar privada de uma via desta importância por razões relacionadas com embargos que possam vir a surgir como aconteceu recentemente na cidade de Paços de Ferreira.

No dossier constam excertos do projecto, fotos dos vários comércios existentes na via que vão ser privados de acessos, fotos da EN 207 e da via do poder local com medições do Google e uma pequena medição de tráfego.

Todo o estudo foi efectuado pela bancada pelo que eventuais questões técnicas que possam justificar algum erro serão bem aceites pelo PSD de forma que os interesses da população sejam devidamente salvaguardados, disseram.

José Costa esclareceu, também, que a sua bancada efectuou varias intervenções sobre a via clicável que praticamente não constam nas actas das assembleias o grupo parlamentar do PSD vem desta forma solicitar ao presidente da Assembleia que este dossier seja anexado à acta desta assembleia para repor todas as preocupações anteriormente colocadas.

Falando das razões para justificar a substituição do projecto para a via do poder local, José Costa recordou que a EN 207 está demasiado congestionada como se observa aos sábados e domingos em que as filas de transito chegam por vezes da antiga Madex até a rotunda do Continente.

O membro do PSD Paços de Ferreira recordou, também, que nalguns troços do percurso não tem espaço como se comprova pela existência de passeios com cerca de meio metro e noutras zonas onde não existe passeio, revelando que a EN 207 não permite criar uma zona de protecção para evitar acidentes.

Referindo-se ainda às razões que poderiam justificar a alteração para a Via do Poder Local José Costa salientou que a estrada está a necessitar de uma requalificação do betuminoso depois de 20 anos de utilização, assumindo que a intervenção vai ter efeitos negativos no comércio da EN 207 uma vez que vai destruir os poucos lugares de estacionamento existentes.

“Não existe estacionamento no início da ecopista em ambas as cidades, vai ser necessário efectuar negociações para aquisição de terrenos sendo que o projecto não prevê verbas para o efeito. A via do poder local possui espaço suficiente para o projecto previsto, porque o total previsto são 11,30 metros e na estrada EN207 existem várias zonas com largura muito inferior a 9 metros. Porque existem troços da via do poder local a necessitar iluminação publica e seria uma oportunidade para a sua colocação e porque os vários comércios e fabricas existentes na EN207 vão ficar sem prioridade de acesso automóvel em relação a quem circula na via clicável uma vez que não estão previstas faixas de acesso que está apenas previsto para um estabelecimento”, adiantou, dando como bom exemplo a solução Ecopista de Lousada.

Ainda de acordo com o PSD, o estudo de tráfego comparativo entre a EN 207 e a via do poder local não tem qualquer base científica e foi efectuado por um cidadão comum através da contagem física das viaturas, motociclos, pessoas e bicicletas em dois dias.

O presidente da Câmara de Paços de Ferreira, Humberto Brito, acusou o PSD de não fazer o trabalho de casa e de confundir, nesta matéria, o Plano de Acção de Mobilidade Urbana Sustentável (PAMUS) e o  Planos de Acção de Regeneração Urbana (PARU).

“Era importante que o PSD fizesse o trabalho de casa, o PSD confunde o PAMUS e os PARU que são duas coisas diferentes e é preciso perceber para que é que serve o PAMUS, qual a finalidade, os objectivos, o que é que visa e pretende. O PSD quer que Paços de Ferreira tenha uma ecopista. Os pacotes não se enquadraram com o quadro comunitário para nos centros urbanos melhorar a mobilidade activa, sustentada, fazer uma ligação entre dois pólos, entre a possibilidade das pessoas caminharem a pé, entre o interface com os diferentes tipos de transporte existentes, entre as zonas industriais existentes. Ou seja, os senhores fazem tábua rasa disto”, afirmou, sustentando que a Via do Poder Local é uma via que foi criada para tirar trânsito da EN 207, uma via que possibilitava andar com mais rapidez, não sendo uma artéria para colocar lá pessoas.

“Optamos por esta faixa, que corresponde à EN 207, para que viesse a ser requalificada, no sentido de criar maior mobilidade para as pessoas, fazer cidades para as pessoas, não cidades para os automóveis. O PSD insiste nas cidades para os automóveis”

O autarca realçou, também, que o projecto na EN 207 visa aproximar os dois centros urbanos do município, Freamunde e Paços de Ferreira.

“Existem dois centros urbanos – Freamunde e Paços de Ferreira – com dois grandes pólos urbanos. Há neste corredor um conjunto de freguesias principais onde estão um conjunto de equipamentos públicos e privados e importa tornar mais próxima a ligação. Esta é uma opção política. Tomamos decisões de natureza política. E optamos por esta faixa que corresponde à EN 207, para que viesse a ser requalificada, no sentido de criar maior mobilidade para as pessoas, fazer cidades para as pessoas, não cidades para os automóveis. O PSD insiste nas cidades para os automóveis. Não é esse o objectivo, mas para isso têm que ler as regras para as quais este tipo de financiamento comunitário que existe. Não são opções do presidente da câmara nem do executivo. São opções comunitárias”, avançou, assumindo que esta é uma requalificação que vai mudar definitivamente a imagem de Paços de Ferreira e que vai ligar estes dois centros urbanos. “Isso é que nos importa e ao contrário do PSD que quer meter uma zona tampão, uma zona industrial a meio para trazer todo o tipo de tráfego pesado para o concelho. Isso é que é uma falta de visão. O urbanismo nunca foi uma prioridade para o PSD com todas as consequências que ainda hoje sofremos. Pretendem criar constrangimentos à circulação das pessoas, manter uma zona industrial ali naquele sítio”, concretizou, sublinhando que o projecto foi aprovado e que a obra vai iniciar em breve.

“Espero que seja concluída dentro dos prazos. Certamente como todas as obras existem constrangimentos, esta também irá criar alguns constrangimentos, mas procuraremos que sejam os menores possíveis para bem de todos, mas temos de ter consciência de que o concelho beneficiará e muito com a concretização desta obra”, retorquiu.