Verdadeiro Olhar

PSD de Paredes põe em causa saúde financeira do município e acusa Câmara de alienar património de três milhões

Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

A Câmara de Paredes está com “dificuldades financeiras”, por isso está a “alienar património” no valor de “três milhões de euros”.

A acusação partiu do PSD local, elencando que, na última reunião do executivo, a maioria levou “a votação uma alteração orçamental, referente à alienação de um conjunto de imóveis pertencentes ao património municipal, pelo valor total de 3.260.986 euros”.

Trata-se de uma venda que se prevê “gerar uma receita de capital, da qual uma parte será utilizada em despesas correntes, relacionadas com o funcionamento do município, e a restante em despesas de capital”, diz o PSD local, em comunicado, assinado pelo líder da comissão política concelhia e também vereador no executivo municipal.

Ricardo Sousa não se mostra surpreendido com estas transações, porque “com uma dívida bancária tão elevada” era expectável que o município viesse a passar por “dificuldades financeiras”.

Apesar de reconhecer que, “vender um lote de terreno numa zona industrial poderá ser interessante para o concelho”, isso só seria possível se dessa situação resultasse investimento. Mas a alienação “para a construção de apartamentos ou moradias” por privados não é aceitável, sobretudo numa altura em que, “a maioria dos municípios, aposta na habitação social e a custos controlados”, para fazer face à falta de imóveis para arrendamento, defende o líder da oposição, acrescentando que, esses terrenos podiam ser utilizados para esse fim.

Por outro lado, o PSD não deixa de “estranhar” que, a autarquia não tivesse previsto um ‘negócio’ como este, de um montante tão elevado, aquando a elaboração do orçamento municipal e que, poucos meses depois, “já tenha a decorrer os processos de escritura de compra e venda”.

Assim, para além de se mostrar contra esta alienação, o vereador do PSD propôs na reunião da Câmara, a “desagregação deste ponto colocado à votação”, justificando que, “cada caso (imóvel) é um caso”, uma petensão rejeitada pelo executivo, liderado por Alexandre Almeida.

O Verdadeiro Olhar tentou obter uma reação da autarquia de Paredes sobre esta matéria, mas, até ao momento, sem sucesso.