Para não votarem dois pontos, ambos relativos à intermunicipalização da STCP, os deputados municipais do PSD, CDS, CDU e o presidente da Junta de Alfena (independente) abandonaram a sala da Assembleia Municipal de Valongo durante a votação. O contrato interadministrativo de delegação e partilha de competências de Autoridade de Transporte relativas ao serviço público de transporte intermunicipal de passageiros explorado pela STCP e a proposta de aditamento ao contrato de concessão de serviço público de transporte rodoviário de passageiros explorado pela STCP foram aprovados apenas com os votos favoráveis dos eleitos do PS e o voto contra do Bloco de Esquerda.
Depois de o PSD tentar, sem sucesso, a retirada dos pontos da ordem de trabalhos, os eleitos social-democratas, do CDS, CDU e Arnaldo Soares entendendo que a votação das propostas sem o parecer da Autoridade de Transportes poderia estar ferida de ilegalidade preferiram ausentar-se da sala, apesar de a vice-presidente da autarquia, Ana Maria Rodrigues, ter garantido a legalidade do processo e que não havia riscos, dizendo que o parecer só seria válido se fosse positivo. Caso não o fosse o tema voltaria à Assembleia Municipal.
Só PS e Bloco de Esquerda votaram propostas
Daniel Gonçalves, do PSD, foi o primeiro a tomar da palavra para questionar sobre um parecer prometido, mas que ainda não constava da proposta. O mesmo aconteceu pela voz de Adelino Soares, da CDU, e Alexandre Teixeira, do CDS. Já Fernando Monteiro, do Bloco de Esquerda, sustentou que não concordava com o processo.
A vice-presidente da Câmara confirmou então que “ainda não há parecer da Autoridade dos Transportes”. Mas alegou que a eficácia da deliberação tomada em Assembleia Municipal ficava dependente desse mesmo documento, justificando a urgência da implantação do novo modelo de gestão já a partir de Janeiro. “A decisão só tem eficácia se o parecer for positivo. Este é um processo em que não estamos sozinhos, todos os municípios estão a fazer o mesmo, e por isso estamos confortáveis”, assegurou Ana Maria Rodrigues.
Daniel Gonçalves chegou a apresentar um requerimento para que tal acontecesse, defendendo a “ilegalidade” da votação, mas a proposta do social-democrata foi chumbada pela maioria socialista, apesar dos votos de concordância dos eleitos do PSD, CDS, CDU, Bloco de Esquerda e Arnaldo Soares (Alfena).
Os eleitos do PSD, CDS, CDU e autarca de Alfena tiveram igual posição no ponto seguinte, relativo ao contrato de concessão de serviço público de transporte rodoviário de passageiros explorado pela STCP, e voltaram a sair da sala. A proposta foi novamente aprovada, por 18 votos dos eleitos do PS e um contra do Bloco de Esquerda.