Baseando-se no “relato de vários testemunhos populares”, o PSD acusou, hoje, a Câmara Municipal de Paços de Ferreira de ter procedido ao despejo de óleos usados no Parque Urbano, “mais concretamente, no espaço que se encontra a ser intervencionado e onde foi demolido o antigo centro de estágios”.
“A operação terá sido resultado do processo de substituição dos oleões, tendo sido este espaço o local escolhido pela autarquia para se livrar dos resíduos”, sustenta o partido em comunicado, adiantando que solicitou à equipa do SEPNA da GNR e à Agência Portuguesa do Ambiente “que sejam tomadas as devidas diligências com vista à averiguação e confirmação do incidente, na medida em que o mesmo configura um atentado ambiental”.
Citado em comunicado, Joaquim Pinto, presidente da Comissão Política do PSD de Paços de Ferreira, critica esta alegada atitude que “revela um total desrespeito pelas regras ambientais básicas”, sustentando que “a situação é tanto mais grave por ser levada a cabo por uma autarquia a quem cabe a responsabilidade máxima de zelar pelo ambiente local, e, ainda por cima, quando a mesma, empreende o Ano Municipal do Ambiente e da Cidadania”.
Contactada, a Câmara Municipal de Paços de Ferreira nega que tenha havido qualquer descarga de óleo e critica o comunicado “mentiroso e difamatório” do PSD, baseado no “ouvi dizer”.
“É inacreditável e absolutamente vergonhoso, que o PSD de Paços de Ferreira, com recurso a alegados testemunhos populares, acuse os funcionários do município de terem hoje cometido um atentado ambiental”, argumenta a autarquia.
Segundo o município, o que aconteceu foi que na sequência da recente colocação de um novo oleão no Bairro do Outeiro, na cidade de Paços de Ferreira, o que aí existia anteriormente foi desactivado. “No entanto, algumas pessoas passaram a depositar no seu interior lixo doméstico. Na manhã de hoje, os funcionários da autarquia, no sentido de procederem ao transporte do oleão antigo para o ecocentro e tendo em conta o facto de no seu interior existir lixo doméstico, procederam à sua retirada. Por forma a não sujarem a zona residencial em causa, levaram o oleão (desactivado e sem óleo no seu interior) para o local onde recentemente foi demolida uma construção sita no parque da cidade e aí retiraram todo o lixo doméstico que estava no seu interior que, posteriormente, foi todo ele colocado num contentor existente nas imediações. O oleão foi de seguida transportado para o ecocentro”, descreve comunicado.
A Câmara de Paços de Ferreira garante, no entanto, que “não houve qualquer derrame de óleo, porquanto esse oleão estava já desactivado e sem óleo no seu interior”.
A autarquia pede, por isso, um “pedido público de desculpas” do PSD que, com acusações “falsas” pôs em causa o profissionalismo dos funcionários municipais. “Caso tal não suceda, o município recorrerá às instâncias competentes”, prometem.