Os eleitos do Partido Socialista aproveitaram a última Assembleia Municipal de Penafiel para apelar à criação de uma paisagem protegida local no concelho.
Luís Monteiro abordava questões sobre medidas de conservação de natureza, quando deixou alguns apontamentos. “É preciso corrigir e melhorar as políticas de protecção ambiental como medidas de promoção do território e do turismo. Foi anunciada a criação de percursos para descobrir a natureza num total de 45 quilómetros em Penafiel, mas há aqui uma questão importante, não chega fazer os percursos e homologá-los”, referiu o socialista. É que apesar de o concelho ter muita natureza, também é verdade que padece de “muitas fragilidades ecológicas”, sustentou, dando como exemplos a monocultura do eucalipto, o lixo abandonado nos montes, o risco de incêndio elevado e uma floresta desordenada.
“Vemos outros municípios da região a criarem áreas de paisagem protegida regional e local. Valongo, Gondomar e Paredes juntaram-se e criaram o Parque das Serras do Porto, Marco de Canaveses, Baião e Amarante criaram a área protegida da Serra da Aboboreira e Lousada, sozinho, criou a Paisagem Protegida Local do Sousa Superior”, deu como exemplo Luís Monteiro, para logo de seguida deixar uma proposta. “O PS defendeu e defende a criação de uma paisagem protegida local em Penafiel ou que deviam ser dados passos para juntar Penafiel ao projecto do Parque das Serras do Porto. Era uma forma de Penafiel se associar a um projecto metropolitano e de dar a Serra da Boneca ao Parques da Serra do Porto e a sua ligação ao Rio Douro, que também é muito importante”, alegou o eleito do PS.
O presidente da Câmara de Penafiel não partilha desta visão. “Estamos com o Plano Director Municipal em revisão, em fase adiantada. A salvaguarda das paisagens protegidas está a ser acautelada, mas deixe-me dizer, se houver que acontecer alguma parceria com essa associação das Serras do Porto que seja o Parque das Serras de Penafiel, porque nós temos mais serra do que o Porto… Ou que seja então o Parque da Serra da Boneca”, ironizou Antonino de Sousa.
Outro dos temas levantados por Luís Monteiro prendeu-se com as fugas de água, numa altura em que o país vive uma seca. Anuiu que Penafiel já divulgou algumas medidas adoptadas no sentido de poupar água e que está a par do investimento realizado pela Penafiel Verde, acima de um milhão de euros, para evitar perdas de água na rede mais antiga, nomeadamente em Rio Mau e Rio de Moinhos. “Isto é positivo e um bom caminho, mas é necessário fazer muito mais”, argumentou. “Continuamos a assistir a rupturas que, às vezes, demoram dias a ser resolvidas”, sendo que se gastaram recursos para “tratar essa água que é desperdiçada”. “Porque razão continua a demorar tanto a reparar estas fugas, o que está a ser feito, há falta de meios humanos e técnicos?”, questionou.
Antonino de Sousa disse que o município de Penafiel tem procurado dar um “contributo” com a poupança de água. As medidas recentemente divulgadas, referiu, visaram “poupar água nos consumos que dizem respeito ao município, com a diminuição, por exemplo, dos tempos de rega dos jardins municipais ou a suspensão da lavagem de equipamentos e viaturas”, mas também dar “um sinal” e sensibilizar a comunidade para o uso regrado da água.
Quanto às fugas que ocorrem, considerou “natural” a ocorrência de rupturas num concelho com 746 quilómetros de rede de água e com condutas já antigas em alguns locais. “A Penafiel Verde tem uma linha 24 horas por dia a funcionar para esse efeito [de alerta de fugas] e procura acorrer com a maior celeridade possível” a essas ocorrências, frisou o presidente da Câmara.
O desafio agora, mais que fazer crescer a rede que já tem uma “cobertura excelente no concelho”, é ir “renovando as redes”. “Procuramos permanentemente melhorar o sistema”, garantiu, lembrando o investimento de 1,2 milhões na renovação de rede. A Penafiel Verde também adoptou uma medida importante, reduziu a pressão da água o que é um mecanismo travão para as rupturas”, adiantou.