Depois de um ano de trabalho de referência na área ambiental a Câmara de Lousada não pode parar e deve encontrar mais parceiros para ir ainda mais longe, defendeu o vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, esta quarta-feira, na sessão de encerramento do Ano Municipal do Ambiente e Biodiversidade. Ricardo Magalhães classificou as actividades desenvolvidas pelo município lousadense como “um fantástico exemplo de boas práticas”.
Para o responsável da CCDR-N em Lousada conseguiu-se completar o triângulo que junta vontade com recursos técnicos e enquadramento financeiro para levar avante os projectos. “O desafio está em fechar este triângulo. Só assim os projectos acontecem”, sustentou.
Prova do sucesso do trabalho desenvolvido pela autarquia foi o reconhecimento que chegou do estrangeiro. Segundo Pedro Machado, a Câmara de Lousada foi contactada pelo Governo da Região Autónoma de Príncipe, em São Tomé e Príncipe, que gere a respectiva Reserva Mundial da Biosfera da UNESCO, para celebrar um protocolo de colaboração e troca de experiências. “Consideram Lousada como um exemplo, não só pelo trabalho ambiental, mas também no envolvimento social e na mobilização dos cidadãos com as causas verdes”, revelou o autarca.
Mais de 11 mil árvores plantadas no concelho por 1.700 voluntários
A data foi também aproveitada para fazer um balanço das actividades desenvolvidas durante este Ano Municipal do Ambiente e Biodiversidade.
Segundo Pedro Machado este foi “um ponto de viragem e o assumir de uma preocupação que, hoje, rege todos os procedimentos e projectos” municipais. O grande objectivo, lembrou, era aproximar as pessoas da natureza, e isso começou por acontecer com o projecto BioLousada, um programa de divulgação dos valores naturais locais que contou com dezenas de actividades com 600 participantes de todas as idades.
Para envolver os mais jovens nasceu o BioEscola que, em três meses, sensibilizou mais de 1.000 crianças e jovens para temáticas ambientais. Aos professores, referiu o autarca, é disponibilizada uma lista com mais de 40 actividades pedagógicas para desenvolver nas aulas.
“Os acontecimentos do Verão passado e a inspiração e confiança que nos foi transmitida pelos voluntários levou-nos a querer ir mais longe na acção ambiental e estamos agora a oferecer mais 15.000 árvores para campanhas de reflorestação a nível nacional”, lembrou o edil.
Mais de 42 toneladas de resíduos para reciclagem recolhidos graças a campanha de descontos na factura do lixo
O presidente da Câmara Municipal de Lousada destacou ainda o projecto “Lixo Sustentável” que permitiu recolher mais de 42 toneladas de resíduos para reciclagem, dando descontos nas taxas de resíduos urbanos, e o facto de o concelho ter sido o primeiro do país com iluminação pública 100% LED, reduzindo cerca de 1.000 toneladas de emissões de CO2 por ano.
Grande parte das actividades decorreu na Mata de Vilar, recentemente classificada internacionalmente como Floresta de Alto Valor de Conservação. Aí nascerá um dos centros de interpretação ambiental do concelho. O outro, a Casa das Videiras, ficará no Parque Urbano.
Pedro Machado salientou ainda outras actividades desenvolvidas, como a publicação da revista científica Lucanus e de livros infantis como o “AGÁ”, o “Espantoso recordatório de factos adoráveis sobre os incríveis animais de Lousada” ou o “Pedro e o Lobo”; a apresentação da peça de teatro “O homem que plantava árvores”, pela Jangada teatro; a organização do festival BioFest ou a instituição do Dia Municipal da Biodiversidade. Já com o Lousada Charcos foram recuperados e construídos novos habitats aquáticos.
Dezenas de voluntários, instituições e empresas que participaram nos projectos ambientais ao longo deste ano foram homenageados durante a sessão.
A cerimónia ficou marcada pela ausência do secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, que foi chamado de urgência a uma reunião com o ministro do Ambiente, justificou Pedro Machado.