Verdadeiro Olhar

Produtores satisfeitos com vendas no III Festival Melão Casca de Carvalho

Os produtores que participaram, este sábado, no III Festival Melão Casca de Carvalho, que decorreu no Jardim do Calvário, em Penafiel, mostraram-se satisfeitos com as vendas realizadas no certame.

José Magalhães, de Nogueira, Lousada, segundo premiado no concurso Melão Casca de Carvalho, um do produtores que participou neste III Festival, garantiu estar satisfeito com as vendas realizadas apesar do calor que se fez sentir e da mudança de local do certame, habitualmente realizado no Largo da Ajuda.

“Apesar do calor, vendi bastante e foram muitos os curiosos e até conhecedores desta iguaria que visitaram o meu stand”, disse, reiterando que este ano, apesar de todo os contratempos e do calor excessivo que se fez sentir nalgumas semanas, conseguiu vingar muitos melões, sobretudo, os resultantes da plantação mais tardia que efectuou.

Além da oportunidade para efectuar mais vendas e escoar o produto, José Magalhães realçou que o Festival de Melão Casca de Carvalho é um evento que congrega vários produtores da região, promove esta iguaria do Vale do Sousa e ajuda a conquistar potenciais clientes.

“Temos, cada vez mais, de apostar na qualidade porque se não o fizemos corremos o risco de não termos compradores e estarmos a desvalorizar o produto “

Falando da qualidade do melão Casca de Carvalho, José Magalhães, defendeu que as últimas plantações que foram realizados são superiores às primeiras, pelo que tudo indica que quem fez plantações mais tarde, como é o seu caso, vai ter melões de qualidade.

“As primeiras plantações foram bastante afectadas pelo calor e pelo frio que se vez sentir no mês de Junho, mas a última plantação que fiz é de excelente qualidade e felizmente vou ter bastantes melões em Setembro, o que vai dar para amortizar os prejuízos”, confessou, sustentando que o melão do Vale do Sousa além do picante distingue-se pelo sabor agridoce.

“Existem muitas variedades de melão, mas o nosso é único. Temos, cada vez mais, de apostar na qualidade porque se não o fizemos corremos o risco de não termos compradores e estarmos a desvalorizar o produto “, atestou.

Agostinho Pinto, de Lousada, um dos produtores mais antigos do concelho, mostrou-se igualmente satisfeito com as vendas concretizadas no festival.

“Este é um evento que tem a vantagem de ajudar a promover o melão e os produtores. Penafiel, nesse sentido, tem dado um contributo decisivo para a promoção desta iguaria”; disse.

Agostinho Pinto confirmou, também, que a primeira e segunda plantações do melão Casca de Carvalho foram atingidas pelas alterações climatéricas, mostrando-se, no entanto, convicto que as plantações de Setembro vão superar as expectativas.

Já Joaquim Correia, de Paredes, produtor de melão Casca de Carvalho, com dois hectares de melão por ano, vencedor do terceiro prémio do concurso, reconheceu que as vendas ficaram aquém do esperado.

“As vendas ficaram aquém das expectativas. Efectivamente, as pessoas mostravam-se interessadas, mas compraram pouco”, expressou, sustentado ter tido, este ano, 30 toneladas de melão.

Ao Verdadeiro Olhar, Joaquim Correia admitiu que grande parte da sua produção é escoada para França.

“França é um mercado apetecível. Em Portugal existem muitos apreciadores do melão Casca de Carvalho, mas querem pagar pouco. Ora, um verdadeiro melão Casca de Carvalho, com cinco quilo de peso, custa facilmente 20 euros”, acrescentou.

José Rocha, grão-mestre da Confraria do Melão Casca de Carvalho, realçou que a edição  deste ano do Festival Melão Casca de Carvalho  além da mudança de local, teve mais produtores de melão, vendedores de vinho da região, artesanato e contou com a presença de 14 confrarias nacionais e estrangeiras, francesas e espanholas.

“Como é do conhecimento público, a Confraria do Melão Casca de Carvalho tem feito um esforço no sentido de potenciar este produto  em colaboração com o município e outros actores. Este ano, o certame além da entronização de novos quatro membros, contou com a presença de 14 confrarias, algumas internacionais, e estamos convictos que este trabalho vai dar resultados a médio, longo prazo”, sublinhou.