No entanto, esta medida está longe de ser consensual. O que levou a que desencadeasse uma onde de comentários, uns a favor, outros contra, que invadiram as redes sociais, uns mais mordazes, outros mais inflamados? O calendário político. Estamos em ano de eleições e qualquer movimentação por parte dos hipotéticos ou assumidos candidatos não passa em branco.
Mas vamos aos factos. A autarquia decidiu oferecer bilhetes aos jovens para assistirem ao rally e, simpaticamente, resolveu entregá-los em mão. Os diretores dos agrupamentos, no quadro das boas relações institucionais, autorizaram a iniciativa. Ponto final. Nada de novo, se considerarmos que todos os municípios realizam estas iniciativas com outro tipo de ofertas, nomeadamente livros. Aos senhores diretores dos agrupamentos também não cabe, julgo eu, avaliar se as iniciativas das autarquias têm ou não objetivos políticos.
A grande questão que me parece importante realçar é o uso e abuso deste tipo de iniciativas para promover um candidato, que dá jeito ainda não o ser oficialmente, e que, desta forma, se aproveita do cargo que ocupa para fazer campanha política, ainda que não lhe possa ser apontada qualquer ilegalidade. Servem as escolas, as associações e até as empresas, como já referi anteriormente, para aparecer na fotografia, autopromovendo-se, com vista à releição em outubro. Situação injusta para quem tem projetos e ideias para o concelho e não tem o mesmo palco para as apresentar.
Mas o verão ainda não começou. A procissão ainda vai no adro e, pelo que se vê, vai parar em todas as capelinhas. Mas acredito que os lousadenses já não se ajoelham para rezar esta ladainha!