Só quando a renovada e ampliada ETAR de Arreigada, em Paços de Ferreira, entrar em funcionamento é que devem terminar os problemas no Rio Ferreira, em Lordelo, Paredes. “Com a reentrada em pleno funcionamento da ETAR, previsto para o último trimestre do corrente ano, os impactos nos recursos hídricos e na população agora sentidos serão completamente ultrapassados”, refere a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) – Administração de Região Hidrográfica do Norte.
Recorde-se que, nas últimas semanas, o autarca e a população de Lordelo tem denunciado alegadas descargas directas para o Rio Ferreira, decorrentes da obra de ampliação e requalificação da ETAR, que têm transformado o rio “num esgoto a céu aberto”. A APA confirma que só está a ser feito o tratamento primário de resíduos.
“Para a execução da empreitada, houve necessidade de adequar o sistema de tratamento, encontrando-se apenas em funcionamento o tratamento primário, composto por gradagem, tamisagem fina, desarenamento e desengorduramento”, explica esta entidade ao Verdadeiro Olhar.
A Agência Portuguesa do Ambiente lembra ainda que a ETAR de Arreigada, em Paços de Ferreira, foi construída há mais de 25 anos. “O aumento da população servida tornou aquela infra-estrutura completamente sub-dimensionada e com graves constrangimentos de funcionamento, incluindo consequências ambientais adversas, uma vez que o caudal afluente actual é muito superior à sua capacidade hidráulica”. “Neste contexto, o município de Paços de Ferreira candidatou ao POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, a execução de um projecto para obras de ampliação da ETAR, de modo a adequar o tratamento às normas ambientais em vigor. As obras encontram-se neste momento em curso e a decorrer de acordo conforme o cronograma previsto”, sustenta a APA.
A obra, orçada em 5,1 milhões de euros, visa acabar com estes problemas ambientais. A sua conclusão está prevista para Setembro. Mas nas últimas semanas, a população e o autarca de Lordelo têm estado revoltados com os maus-cheiros, dejectos a céu aberto, lodos e pragas de mosquitos gerados com as descargas realizadas.
O autarca de Lordelo, Nuno Serra, garantiu que “alguém vai ter de pagar por este crime ambiental”.