Verdadeiro Olhar

Primeiros Socorros Pediátricos: “Mais importante do que fazer o bem é não fazer o mal”

Foto: Débora Soares /Verdadeiro Olhar

A Biblioteca Municipal de Penafiel recebeu, no passado sábado, um Curso de Primeiros Socorros Pediátricos, administrado pelos coordenadores da escola organizadora do projecto, Isaac Braga e José Coentrão. Ao todo, estiveram presentes 70 pessoas em duas sessões repartidas pelo horário da manhã e da tarde, que aprenderam a reagir em situações de risco com crianças.

“Formar para salvar vidas”, salientou Isaac Braga, um dos coordenadores do projecto

Sabia que a febre pode variar conforme a temperatura normal de cada criança, mediante a idade e o peso e que deve ser medida sempre no mesmo sítio? Sabia também que se deve despir com moderação para não promover o arrepio? Uma criança com febre não deve ir à escola e quando vomitam devem ser hidratadas com base em água e chás de cidreira, tília ou camomila.

Se não sabia é para isso mesmo que a Escola “Os Delfins” está a correr o país, para lhe mostrar tudo o que deve ou não fazer perante uma situação de risco com uma criança.

“Os Delfins” é uma Escola de Formação de Nadadores Salvadores que optou por fazer estes cursos para “formar para salvar vidas”. Esta formação tem vindo a correr a zona Norte, tem o custo de 20 euros por cada sessão e chegou a Penafiel, este sábado, com o primeiro módulo que se dedica à instrução teórica, com a lotação máxima de 35 pessoas. O segundo módulo, sobre Suporte Básico de Vida Pediátrico, será totalmente prático e terá a lotação máxima de oito pessoas. Aqui, as pessoas vão poder treinar, com bonecos, o que foram aprendendo ao longo do curso.

No sábado, a formação foi dividida em duas sessões já que o número de pessoas inscritas chegou a cerca de 70.

A mensagem “mais importante do que fazer o bem é não fazer o mal” é o resumo de tudo o que os dois formadores quiseram passar nesta formação a todos os pais, professores, educadores, enfermeiros e estudantes de medicina que estiveram presentes, porque “às vezes aquilo que podemos fazer de errado é significativamente grave quando se trata de crianças, por exemplo, com traumatismos”.

De acordo com os formadores esta tem sido uma formação muito procurada porque, para além de haver muitas questões nesta área, há também poucas formações. Deste modo, a formação tem vindo a servir para mudar e desmistificar hábitos.

O curso tem vindo a ter um público essencialmente feminino, com idades entre os 30 e os 50.

Joana e Rui Silva

“Acho que é essencial, principalmente para nós enquanto professores e educadores sabermos como reagir e como fazer com as crianças”

Joana e Rui Silva são professores. Joana é de Lousada, professora do 1.º ciclo, com alunos do 4.º ano. Já queria tirar este curso há muito tempo e há-de voltar para o segundo módulo porque, no fundo, o que queria mesmo fazer era o curso de Suporte Básico de Vida e “acha que é essencial, enquanto professora e educadora, saber como reagir e como fazer com as crianças”.

Com Joana a situação mais grave que já aconteceu foi quando uma menina embateu contra uma parede e os educadores tiveram que intervir, colocando gelo e chamando a ambulância. Para além disso, está também habituada a administrar medicamentos, sempre autorizados e aconselhados pelos encarregados de educação.

Por outro lado, Rui Silva, professor de música em jardins-de-infância e escolas primárias, já teve um caso ligeiramente mais grave em que teve que prestar auxílio a um menino. Apesar de se ter visto “aflito e sem saber o que fazer”, soube como agir.

O menino brincava no recreio até que lhe caiu uma barra de ferro na cabeça, provocando um traumatismo. Na altura, o professor lembrou-se de manter a criança acordada, colocar em posição lateral de segurança, manter a calma e chamar o INEM.  Tudo isto por senso comum, por ouvir falar ou porque viu em documentários na televisão.

A partir desse momento, achou importante frequentar um curso deste género para que numa próxima oportunidade, saiba como agir com certeza e conhecimento.

Ambos compraram um kit de primeiros socorros fornecido pela associação. Rui Silva diz ser “sempre importante ter ao que recorrer, se houver oportunidade, já que este kit é muito mais completo do que os outros e traz o essencial para prestar os primeiros cuidados num eventual acidente que possa acontecer.”