Felizmente que os que mais sentiram na pele tais efeitos, reconheceram nas eleições de 4 de Outubro, a necessidade de se inverter tal caminho, tendo para isso, derrotado a coligação PSD-CDS.
Se por um lado, tais resultados eleitorais, foram a mensagem de alegria e de esperança num futuro bem melhor, o mesmo resultado trouxe grandes amargos de boca aos maiores responsaveis pela criação da situação anterior.
Cavaco Silva bem tentou remar contra a maré, imaginando todos os caminhos possiveis, para que a vontade do povo expressa nas eleições fosse ignorada, imaginando mil e uma possibilidades para o conseguir, mas teve de enfrentar o cumprimento da Constituição, que quem o apoiou à Presidência, ainda fez o esforço de tentar alterar, mesmo depois do risco da meta.
Mas para encontrar uma saída como a que encontrou, que não é de excluir que fosse a de ganhar ainda mais algum tempo, perdendo tempo, mais valia não ter faltado às comemorações do 5 de Outubro como faltou, com o pretexto de precisar desse tempo para pensar, embora fosse voz corrente, de que não fez lá falta nenhuma.
Com a governação do país pelo PSD-CDS, ficou claro o resultado do grande objectivo da direita, que era o de uma maioria e um presidente.
Mas o balanço desta situação o que de mais importante também trouxe, é o facto de nos reavivar, de que o mandato de Cavaco Silva estar muito próximo do seu fim.
A 24 de Janeiro, vamos ter na nossa mão, a possibilidade de encontrar uma alternativa, elegendo um presidente identificado com os problemas do povo e que exija que sejam respeitados os direitos de quem trabalha e de quem toda a vida trabalhou.
Porque presidentes como este? oxalá que nunca mais.
PROBABILIDADE DE MAIS UM GOVERNO «ILEGITIMO» NA PENINSULA IBÉRICA
Após os resultados eleitorais de 4 de Outubro último, o »exército»de comentadores de serviço e ao serviço de quem lhes dá voz, e os principais dirigentes dos partidos que perderam a maioria absoluta nessas eleições; não se cansaram e ainda persistem, em tentar retirar a legitimidade à solução governativa que a maioria de deputados da Assembleia da República, no quadro das soluções Constitucionais encontraram, para que fossem respeitados os resultados emergentes dessas eleições.
Se fosse para levarmos a sério tais posições, o primeiro acto a questionar, teria de ser o da legitimidade do próprio Presidente da República, que conferiu legitimidade, a um governo que os seus correligionários politicos consideram ilegitimo.
Para dificultar o aval às opiniões de tais comentadores, surgiu agora o resultado das últimas eleições espanholas.
È que apesar de ainda não ser conhecida a saída para a formação do futuro governo de Espanha, aquilo que é apontado como sendo garantido, é que pode acontecer tudo, menos a formação de um governo presidido pelo PP, apesar deste partido ter vencido as eleições, mas sem maioria absoluta.
A confirmar-se esta perspectiva, poderemos ter a breve prazo, mais um governo «ilegitimo»só que desta vez no país vizinho.