Falar do trabalho realizado por presidentes de junta é sempre uma tarefa árdua. São aqueles que estão mais próximos da população, aqueles que mais que grandes investimentos resolvem os pequenos problemas do dia-a-dia, mas que fazem uma grande diferença na vida de cada um. Haveria, por isso, muitos outros que mereceriam menção, talvez até por projectos que não chegam ao conhecimento do público.
Prova de que muito se faz com pouco dinheiro é o exemplo de Alexandre Costa, presidente da Junta de Freguesia de Paços de Ferreira. Sobretudo por dois projectos. Primeiro por ter avançado com a recuperação de nove lavadouros públicos em Paços de Ferreira e Modelos, num investimento de 20 mil euros, que se justifica pela manutenção da tradição e porque existem muitas pessoas destas localidades que optam por lavar roupa à mão, por gosto ou questões monetárias. O segundo, lançado recentemente, consiste num curso, para maiores de 60 anos, que queiram aprender a utilizar as novas tecnologias, sobretudo tablets. Prova de que há interesse é que 15 pessoas já estão a ter aulas e 40 estão em lista de espera.
Além disso, este autarca de freguesia tem apostado em dinamizar o centro da cidade com pequenas acções, como o Música na Rua, a Festa do Vizinho ou a Festa do Chocolate.
Nuno Serra, presidente da Junta de Freguesia de Lordelo
Com as descargas poluentes no rio, desde sempre atribuídas à ETAR de Arreigada, em Paços de Ferreira, a suceder-se, o autarca manifestou-se publicamente, na Assembleia Municipal ou em visitas ao local, contra esta situação que persistia sem resolução à mais de 20 anos e que piorou quando mais duas freguesias de Paços de Ferreira se ligaram a uma ETAR que, há muito, funcionava acima da sua capacidade. O autarca, preocupado com este problema de saúde pública, reuniu com várias entidades, entre elas a secretaria de Estado do Ambiente.
Apesar de, entretanto, já ter sido lançado o concurso de ampliação do equipamento, que deverá resolver o problema, Nuno Serra fala em “satisfação contida”, até porque a situação ainda se vai arrastar por mais de dois anos. Além disso, a Junta de Freguesia que lidera avançou com uma acção em tribunal contra a Câmara Municipal de Paços de Ferreira e a Águas de Paços de Ferreira. Exige ainda que seja reposta a fauna e flora do rio.
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