Jesus vem, mesmo que tantas vezes fechemos as portas do coração como naquela noite lhe fecharam as portas da hospedaria.
E vem de graça. A sua vinda é completamente gratuita. Enquanto aqui na Terra tudo parece seguir a lógica do “dar para receber”, Deus vem sem nos pedir nada em troca.
O seu amor ultrapassa qualquer possibilidade de um negócio: nada fizemos para o merecer e, evidentemente, devido à imensa distância que nos separa de Deus, nunca poderemos retribuir o seu amor gratuito por cada um de nós.
O que se nos pede no Natal – e, de algum modo, em toda a nossa vida cristã – é que, em primeiro lugar, saibamos receber o amor gratuito de Deus. Só depois, com a sua ajuda, o poderemos comunicar àqueles que nos rodeiam.
E, assim, a grande pergunta do Natal é esta:
Deixo-me amar por Deus? Confio no seu amor, que me vem salvar?
Na Noite de Natal, talvez na Missa do Galo, é justo que digamos a Deus do fundo do coração: muito obrigado!
Só acolhendo o dom que é Jesus que nasce poderemos, depois, tornarmo-nos “dom” como Ele. E tornar-se dom é, como tantas vezes nos diz o Papa Francisco, dar um sentido divino à nossa vida de cada dia.
Jesus mudou a História com o dom da sua vida. Não esperou que nos tornássemos bons para nos amar, mas deu-se gratuitamente a cada um de nós. Isto é aquilo que convém meditar com calma nesta grande festa que é o Natal.