Serão “poupanças significativas”, aquelas que os utilizadores dos transportes públicos vão ter, algumas já a partir deste mês e outras a partir de 1 de Maio, garante o presidente da Câmara Municipal de Paredes, Alexandre Almeida. Graças ao passe único, que passa a custar sempre 30 euros (dentro do concelho ou até três zonas) ou 40 euros (em todas as zonas e de forma intermodal), dentro da Área Metropolitana do Porto, a população vai ter maior rendimento mensal disponível, salientou o autarca durante uma conferência de imprensa realizada, hoje, no salão nobre da autarquia.
Os exemplos são muitos. Quem utilizava o comboio regional e depois o metro, para ir de Paredes à zona industrial do Porto, pagava 121,40 euros pelos dois passes. A partir de 1 de Maio pagará 40 euros, numa poupança superior a 81 euros. Em viagens dentro do concelho a população poupará em alguns casos 20 euros.
O passe único está disponível na versão monomodal, já este mês, apenas na Gondomarense, Rodonorte e Valpi. A intermodalidade entrará em vigor apenas a 1 de Maio, quando estas e as restantes operadoras se adaptarem.
Antecipando maior procura pelos transportes públicos, nomeadamente pelo comboio, Alexandre Almeida prometeu um reforço da capacidade dos parques de estacionamento junto à estação de Paredes – com a criação dos 250 lugares já anunciados – e junto às estações de Recarei/Sobreira e Terronhas.
Há poupanças que já começam este mês, outras chegam em Maio
Em Paredes e noutros municípios da Área Metropolitana do Porto, como Santo Tirso, o passe único está a ser implementado de forma faseada.
Com intermodalidade, ou seja, tanto nestas operadores como na Auto Viação Pacense ou na CP e metro, funcionará a partir de 1 de Maio. Nessa data, a Albano Esteves Martins & Filhos e a Transdev passam a disponibilizar os passes monomodais. Em avaliação devido a questões de software, disse o autarca, estando pendente a entrada da intermodalidade nestas operadoras de transportes rodoviários.
Em causa estão grandes descontos para a população e “poupanças mensais significativas”, sustentou Alexandre Almeida.
Por exemplo, nos autocarros da Albano Esteves Martins, em que um passe custava de Rebordosa para o Porto 83 euros, haverá uma redução de 43 euros, de Sobrosa para o Porto de 61,30 e de Vilela para o Porto de 53,50, passando todos a custar 40 euros.
Mesmo dentro do concelho haverá diferenças elevadas. Por exemplo, um passe na Auto Viação Pacense que custava, entre Beire e Paredes ou entre Sobrosa e Vilela, 50,50 euros, passará a custar 30 euros, com uma poupança de 20,50 euros.
Na Valpi, empresa que gere 55 linhas que atravessam Paredes, as poupanças chegam aos 50 euros, em trajectos como Baltar-Porto ou Paredes-Porto, onde até agora o passe custava 90 euros, e aos 20 e 10 euros em percursos dentro do concelho (entre Gandra e Paredes menos 20,50 euros e entre Baltar e Paredes menos 10 euros, passando a custar 30 euros nos dois casos). Neste caso os descontos já arrancaram este mês.
Para os utilizadores do comboio também haverá vantagens no passe único, que passa a custar 40 euros (ou 30 entre as estações do concelho) a partir de 1 de Maio.
No comboio regional entre Paredes e São Bento, no Porto, um passe que custava 90,25 euros baixa para menos de metade, numa poupança superior a 50 euros. Quando o passe é do comboio urbano a poupança é de cerca de 20 euros. Entre Cete e o Porto a população que tem passe vai pagar menos 13,65 por mês e a partir de Recarei/Sobreira, menos 6,65 euros mensais.
Alguém que se desloque de Paredes ao ISMAI, por exemplo, que pagava 108,90 euros pelos dois passes, passa a pagar 40 pelo passe único e poupa quase 70 euros mensais.
“Esta ideia vai revolucionar os transportes na AMP e aqui em Paredes”, afirmou Alexandre Almeida.
Parques de estacionamento reforçados para antecipar a procura
Para o presidente da Câmara de Paredes, o município enfrente agora dois desafios: acautelar o estacionamento junto às estações de comboio do concelho e o novo concurso de transportes rodoviários que vai ser lançado pela AMP. “Já identificamos mais linhas e queremos mais frequência nos transportes”, avançou.
No que toca ao reforço dos parques de estacionamento, o autarca lembrou que está prevista a construção de um novo parque para reforçar o estacionamento junto à estação de comboios de Paredes, no espaço da antiga ETAR, com 250 lugares numa primeira fase, podendo vir a duplicar com a construção de um novo piso. Não há valores de investimento previstos, mas obra será comparticipada pela SIMDOURO.
“Paredes é a estação com mais utilizadores em toda a Linha do Douro e as estações de Cete e Recarei/Sobreira estão logo a seguir”, frisou Alexandre Almeida.
Por isso, em sede de PDM está também já salvaguardado o alargamento dos parques junto às estações de Recarei/Sobreira e Terronhas. Aí terão que ser adquiridos terrenos, admite.
Esta redução tarifária, que neste primeiro ano custará cerca de 37.500 euros a cada município da Área Metropolitana do Porto, pode mudar no futuro. “Para o ano será avaliado o impacto e já não será igualitário para todos os municípios. Eu estaria disponível, até pelo impacto que vai ter na população, de pagar mais. Esta medida vai dar um aumento do rendimento disponível a quem ganha o salário mínimo maior do que os aumentos que o salário mínimo teve nos últimos 10 anos”, defende o edil, falando de “uma medida social com um grande alcance”.
O autarca concorda ainda com a necessidade de existirem negociações com a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa para que haja flexibilização na utilização dos passes noutros concelhos, como Penafiel ou Paços de Ferreira, até três zonas, e que seja salvaguardada a ligação ao Hospital Padre Américo.