termos visto mais um documentário televisivo sobre a poluição dos oceanos foram-nos
chegando informações sistemáticas sobre o estado inimaginável dos rios Sousa e Ferreira e das suas bacias hidrográficas.
É nestes momentos que começamos a pensar e entendemos melhor aquilo que ouvimos
designar como globalização. Não interessará, para este efeito, dissertar sobre os regimes
políticos ou os sistemas económicos que nos trouxeram até aqui. Olhamos os problemas e,
indiscutivelmente, encontramo-los interligados. Sem grandes exercícios filosóficos ou grande conhecimento das problemáticas ambientais facilmente concluímos que há problemas globais que implicam medidas de todos e crimes locais que exigem sobressaltos cívicos. Sempre em nome do planeta, sempre em defesa dos que, depois de nós, têm direito a um planeta melhor. Já sabemos, e culpamo-nos também por isso, que deixaremos aos nossos filhos e netos um planeta pior do que aquele que encontramos.
Resta-nos, então, entre os nossos deveres de cidadania ativa, tentar saber o que podemos ainda fazer para evitar o precipício que está à nossa frente.
Os rios Sousa e Ferreira, ano após anos, dia após dia, atingem agora níveis de poluição
inaceitáveis em qualquer lugar do mundo. A continuar assim a negligência a que estão
votados, a continuar assim a impunidade dos poluidores e a continuar assim a
desresponsabilização política, desde as autarquias ao ministério do ambiente, num destes dias deixaremos de poder continuar a chamar-lhes rios porque se tornaram em verdadeiros
esgotos a céu aberto. Pior do que isso: a doença dos rios é a morte mais ou menos lenta da humanidade.
É por estas razões que louvamos as iniciativas como a do Movimento “Mataram o rio
Ferreira”. E também não ganhará a comunicação social, como fez a SIC em recente
reportagem televisiva, transformando graves crimes ambientais em meros casos de maus
cheiros.
É por isso também que não nos espantaremos se, nos concelhos onde a população tem maior capacidade crítica e os cidadãos não prescindem dos seus direitos, que são deveres de todos, surgirem os Amigos do rio Sousa a juntarem-se à luta pela defesa do rio, à luta por um futuro melhor para os nossos filhos e para os filhos dos outros.
O ideal, para nós, seria mesmo, dessa vez e pelo menos uma vez, ver unidas as populações dos concelhos banhados pelos rios Sousa e Ferreira, a lutarem juntas pelo bem-estar de todos.
Urge salvar os nossos rios. Urge agir em lugar de ver os outros a fazerem o que é também
nossa obrigação.
E não será uma qualquer piscina ao ar livre que ocultará a morte dos rios onde aprendemos a viver neles nadando.
MEL: Adotamos um cão
Decidimos que a ter um animal de estimação devia ser um cão. Não nos perguntem as razões.
É certo que um cavalo não cabia no nosso apartamento. Decidimos também que não
compraríamos o cão. Há tantos abandonados que seria um crime comprar um, mesmo
sabendo que há raças que se vendem por um prato de lentilhas ou pelo valor de um par de
sapatos de feira. Ainda não escolhemos o nome, mas já temos dois em mente: Babbit, como o próprio ou ZH. O Z de Zé, como eu e o H de Henrique, que não sendo rei é o nosso infante preferido, no seu melhor. Mas só nesses dias.
Não, não faremos uma sondagem nas redes sociais para escolher o nome. As sondagens nas redes sociais só servem para comprarmos os resultados que quisermos. E, às vezes, nem assim conseguimos.
FEL: Ganha-se pouco para estes lados
O último estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE), coloca o Vale do Sousa na cauda do conjunto de municípios onde o salário médio de quem trabalha é mais baixo.
Curiosamente, o concelho de Paredes que deixou de pertencer ao Vale do Sousa para pertencer à Área Metropolitana do Porto(AMP) é o concelho onde se ganha ainda menos.
Em termos territoriais passamos a ser duplamente pobres. Eramos e continuamos a ser os mais pobres do Vale do Sousa e agora somos também os de menor rendimento da AMP.
Sobra-nos a esperança fundada de, com os recentes investimentos empresariais, os resultados mudem a curto prazo. Não será tarefa fácil, mas é objetivo prioritário.