Ao olhar a semana podíamos começar por um dos assuntos que tem preenchido a agenda política e, presumo, nunca conseguirá contentar todos: a regionalização.
Pela nossa parte mantemo-nos cépticos. Sabemos que o país tem sido governado como se fosse só Lisboa e o resto paisagem.
Contudo, se a regionalização for feita de forma a apenas aumentar os organismos de poder intermédio a, consequentemente, levar só à criação de mais clientela política e partidária e ao entupimento burocrático das decisões, somos contra e não acreditamos que alguém se deixe convencer. Só nos contentaríamos se a regionalização aumentasse a eficiência da intervenção do Estado, reforçasse a democracia e a coesão nacional, melhorasse os serviços prestados ao cidadão, tirasse melhor partido do território nacional no seu conjunto e na sua diversidade para fins económicos, sociais, culturais e ambientais. Como desconfiamos que, com os atuais artistas políticos, nos ficaremos pela primeira das hipóteses, por ora, seremos contra.
O segundo assunto que escolhemos tem a ver com a criação de mais um “grupo de trabalho” para estabelecer os critérios em que se pode e deve combater a corrupção. Para nós, apesar de ser uma frase feita, vale tanto como se fosse pronunciada com toda a propriedade e agora: a corrupção é um cancro em qualquer regime, democrático ou não.
Por isso, a utilização por demais já usada, da criação de “equipas de trabalho” para isto e para aquilo, resulta, invariavelmente, no mesmo nada da verborreia escarrapachada em milhares de páginas que, aparentemente, escritas para mudar tudo acabam por apenas contribuir para deixar tudo como estava ou pior. Neste “pseudo-combate” à corrupção também não acreditamos. Para nós, o reforço os meios técnicos e o aumento dos recursos humanos das nossas polícias de investigação, depois da criteriosa selecção dos seus elementos, bastaria para obter mais e melhores resultados do que o blá, blá, blá, de todas as conclusões de tantos milhares de páginas de bons conselhos. Nunca vimos país de tantos observatórios, grupos de trabalho, comissões técnicas e outros tantos mecanismos que apenas servem para nos enganarem ao mesmo tempo que enchem os bolsos dos boys&girls dos partidos de centrão político.
Falemos, por fim, da hipocrisia política que marca a nossa política internacional. Vais longe o tempo em que a proveniência do dinheiro importava. Agora, isso não interessa nada. Venha o dinheiro, o resto é conversa. Mas a coisa toma proporções escandalosas quando, por exemplo, a Espanha e a Inglaterra se recusam a receber o encontro entre Netanyahu e Mike Pompeo e nós, pequerruchinhos, tão bem educadinhos, cá estamos, ansiosos, para os receber. E queremos ajudar a salvar o planeta, mas lá arranjaremos 2% para gastar em armamento para ajudar a NATO nas suas novas missões. Fomos os primeiros a abrir-nos, de par em par, aos interesses estratégicos chineses e assim continuaremos, mas claro que iremos para os mares do sul da China ao toque de chamada dos nossos “aliados”.
Já deixamos de ser a “Maria que vai com as outras” para nos tornarmos na “Maria que vai com todos”.
MEL: trânsito junto à zona escolar de Paredes
Doces, enfim, para as obras que irão repor, presumimos, finalmente, o trânsito em dois sentidos na zona escolar de Paredes. Dois anos é muito tempo para se fazer o óbvio, mas já nos vamos contentando com a máxima popular: mais vale tarde do que nunca.
FEL: Acidentes mortais na região
Há qualquer coisa de errado nisto tudo. Grande parte da responsabilidade caberá, seguramente, aos que circulam nas nossas estradas, mas custa a acreditar que os mecanismos de prevenção e controlo estejam a atuar com a acutilância que se lhes reconhecia. Fica a ideia de que se prefere a “caça à multa” em prejuízo das ações que tentem evitar o enorme e indesculpável número de vítimas que os acidentes rodoviários têm provocado na região do Vale do Sousa e Baixo Tâmega