Comecemos pela oligarquia “socialista” que nos governa. Escrevemos, há semanas, sobre os laços de parentesco entre os membros deste governo. Não queríamos, até por razões de militância partidária, que a coisa se tornasse em assunto permanente da agenda mediática. Não tivemos sorte. Criticamos antes do tempo, mas já nos parecia excessiva a consanguinidade.
Afinal, a coisa ainda é pior do que imaginávamos. E não está em causa o atestado de competência que cada nomeador passa ao nomeado ou os elogios do marido à mulher. Nem sequer as capacidades dos nomeados. Escrevemos, em 2006, que o estado tinha sido assaltado pelas máquinas partidárias, queria dizer, o PS e PSD, apropriaram-se dos cargos da administração pública como se se tratasse da horta de que cada um dispõe consoante está no poder ou na oposição. Pior mesmo é quando, como quase sempre acontece, à saída de uns não corresponde a entrada dos outros. Não entram uns para saírem outros. Não, aqui só se soma. Aos boys e às girls, laranjas ou rosas, que em saloia letargia por lá pululam acrescentam-se outros tantos, ou mais, consoante o partido que vence as eleições.
E a desgraçada desta democracia leva com estes e com os outros. Não se pense que o clientelismo partidário se apoderou apenas do poder central. É desde esse até ao mais pequenino dos poderes. Seja na autarquia concelhia ou na junta de freguesia. E já nem precisam de ser primos afastados ou primas abonadas. Cobrem-se com o diáfano manto da partidarite que compra os votos que dão aos eleitos o direito de nomear. Coisa que sempre acontece, mas nunca se encontra nos programas eleitorais.
De fora ficam ainda as fundações, administrações e outros lugares mal frequentados. Executivos, por executar ou para executarem. Com o dízimo sempre cobrado para os mesmos. Sempre pago pelos mesmos.
A democracia, digna senhora, sempre e bem, deixa de lado os pretensos e pretensiosos namorados farsolas fascistas. Chegou o tempo de correr com os amantes que são apenas candidatos a boas noites na cama e grandes dias ao sol.
MEL
Para o sol
Desde que nos conhecemos, dizemos que nunca haveríamos de comprar sol noutro pais que não este de costas tão largas e peles tão macias. Os últimos dias dão-nos motivos de contentamento pelas amenas temperaturas e são pretexto para não dar mel em dias de fel. Há dias assim.
FEL
As trituradoras de políticos
Até há umas décadas dizia-se que o semanário “Independente” , liderado por Paulo Portas e Miguel Esteves Cardoso, era o grande triturador de políticos.
Não foi preciso muito tempo para, mais facilmente e em muito maiores quantidades, as redes sociais assumirem esse papel. E não nos digam que o Independente era mais sério do que as redes sociais. Só era mais criterioso segundo escolhas muito próprias. É disso que nos lembramos quando vemos protagonistas locais a serem triturados tão só por escolherem mal quem deles ou por eles fala nas redes sociais. Hoje, seja no futebol ou nas redes sociais, os “strikers” são as peças mais valiosas. A coisa não está para amadores armados em profissionais ou passarinhos a fazerem-se passar por pavões. Temos pena!