Dei comigo a olhar a agenda dos municípios da região. Ao de leve, e deixando muito para trás, podia ter ido “churrascar brasileiro” para o parque verde da cidade de Paredes ou “colorir-me” nas verdejantes margens do rio Ferreira, lá para os lados de Rebordosa. “Color Party”, é assim que lhe chamam e, no fim, ficamos todos sujos sem termos sido úteis a alguém. Podia, em Paredes ainda ou até em Paços de Ferreira, andar com os jovens no âmbito do “World Clean Day”. Sou demasiado antigo para andar a correr atrás dos novos.
Ao mesmo tempo, aqui ao lado, em Penafiel, tinha a Festa do Caldo da Quintandona onde podia “enfardar” coisas mais portuguesas numa festa com raízes culturais numa terra bem cuidada e adequada à brincadeira. Sem andar atrás do porco ensebado como noutros anos e ainda bem. Em Lousada decorria, também em simultâneo, a Feira Social e Desportiva. Em Paços de Ferreira certamente, e com razão, não me deixariam ir no passeio “sénior” a Fátima (ainda estou para entender essa coisa de chamarem seniores aos velhos).
Entretanto e entre tantos, ocorreram-me dois pensamentos:
– Era comida a mais para quem não vive para comer;
– Mesmo diversificada (nesta crónica não cabe metade do que se comeu e bebeu na região em festas e festarolas oferecidas, a pagar, pelas autarquias) a oferta cultural, desportiva e de lazer dos diferentes municípios não podia ser concertada entre todos? É que assim, nem uns veem o que gostam, nem outros comem que lhes chegue.
Pior ainda, ao excesso da oferta de eventos, muitos deles semelhantes, corresponderá, mais dia menos dia, um “cansamento” que, como já se viu este fim-de-semana, faz com que alguns fiquem sem o público esperado.
Isto bem divido pelos diferentes municípios dava em melhores ofertas, mais públicos e em fins-de-semana mais divertidos. Não deve ser política municipal “prender” os habitantes às suas terras. Promover a boa vizinhança, a comunicação entre as populações devia estar à frente de bairrismos bacocos e rivalidades que já nem sequer deviam existir.
Assim como assim, na sexta-feira à noite, passei por Lousada, o concelho que tem a melhor oferta permanente, para ouvir os Virgem Suta. No sábado, fui à Feira do Livro no Porto e ainda consegui, lá também, ver um excelente exemplar de um contador neorrenascentista, na Casa- Museu Guerra Junqueiro. E disseram-me, lá também, que a Escritaria, em Penafiel, este ano homenageia Pepetela. Boa escolha.
Para o Porto? Claro. Se o Porto é aqui tão perto, descanso onde me deixam. Ando a aprender a ser um habitante da Área Metropolitana. Para além das Serras do Porto que é o que sobra para Paredes.
Pena que, sendo morador na AMP, para uma consulta de Oftalmologia tenha de me deslocar ao Hospital de Amarante.
Não é ao fim-de-semana, dizem-me eles. Não me cansem! respondo.
MEL
Presidente da Assembleia Municipal de Paredes
Presidente da Assembleia de Freguesia de Paredes
Para quem se viu confrontado com a ignorância, o mau gosto de quem se acha com piada e até com formas pouco democráticas de dirigir os órgãos autárquicos, é um luxo assistir à direção da Assembleia Municipal de Paredes, por Batista Pereira ou da Assembleia de Freguesia de Paredes pelo Carlos Manuel.
Mais: depois de tantos anos a maltratar esses órgãos autárquicos, serviria aos eleitos e até ao público como reciclagem sobre as práticas democráticas. Desta “mudança” eu gosto.
FEL
Descargas no Rio Sousa
Já chega de tanto fazer de conta que se faz alguma coisa. As descargas poluentes no Rio Sousa são tão frequentes que as pessoas começam a descrer das intenções dos que elegeu.
Quando, de uma vez por todos, em vez de “tomar conhecimento e comunicar às entidades competentes”, os nossos autarcas assumem as responsabilidades de pôr cobro aos crimes ambientais que sistematicamente vitimam o Rio Sousa?
Basta de impunidade criminal e política!